Irregularidades

Funcionários denunciam caos na saúde de Barreirinhas

Funcionários do hospital São Lucas denunciam irregularidades no repasse de recursos.

Tiago Soares - TV Mirante

Atualizada em 27/03/2022 às 13h57

SÃO LUÍS - Caos na saúde em Barreirinhas, a 240 quilômetros de São Luís. Funcionários do hospital São Lucas, um dos mais importantes da cidade, denunciam irregularidades no repasse de recursos. As denúncias foram feitas pelo diretor financeiro e o administrador do hospital a única casa de saúde da cidade.

Alberto Miranda diz que o hospital foi construído há 31 anos pela AMAI - Associação de Proteção à Maternidade e à Infância - uma entidade sem fins lucrativos e mostra documentos que comprovam um convênio que tornou a AMAI responsável pela aplicação do dinheiro liberado pelos governos estadual e federal.

São R$ 67.200,00  do Sistema Único de Saúde e R$ 233.000,00  do governo do Maranhão. Ao todo, mais de R$ 325.000,00. Mas, no dia 11 de junho, a prefeitura de Barreirinhas assinou um novo convênio com o governo do Estado assumindo a administração de todos os recursos destinados ao hospital.

Os associados da AMAI alegam que o prefeito não consultou a entidade, por isso o acordo seria irregular. Recibos mostram que dos R$ 67.200,00 do SUS, a prefeitura estaria repassando apenas R$ 51.458,00 para o pagamento dos funcionários do hospital.
 
O prefeito de Barreirinhas, Milton Rocha, confirma que não repassa todo o dinheiro para o hospital. Mas, não soube precisar o que é feito com o resto do recurso: quase R$ 17 mil.

Pelas contas do diretor financeiro do hospital, a prefeitura estaria devendo algo em torno de R$ 274 mil de repasses para o hospital nos últimos dois meses. O que sería a causa das péssimas condições em que se encontra, hoje, o hospital São Lucas.

Os funcionários confirmam que o lixo hospitalar se acumula no pátio por falta de coleta. Lençóis e toalhas passam dias sem serem lavados. Não há material de limpeza para o hospital.

Por falta de manutenção na sala de radiologia, a vigilância sanitária já retirou os principais suportes para revelação de radiografia. Agora, o exame de raio-x só pode ser feito em São Luís. No centro cirúrgico, além da má conservação, faltam instrumentos.

De acordo com o denunciante, não há comida suficiente para os pacientes internados. A responsável pelo almoxarifado de alimentos reclama que as compras são feitas sempre com atraso e o que tem, só dá para quatro dias.

De acordo com a administração, o hospital São Lucas deveria fazer, em média, 600 internações por mês. mas, nas últimas semanas, o quadro tem sido esse: enfermarias inteiras com leitos vazios por falta de condições de atendimento. Os casos mais graves são encaminhados para São Luís e os demais pacientes são obrigados a voltar para casa sem o atendimento adequado.

Para piorar a situação, faltam medicamentos. O estoque mal dá para a próxima semana. A maioria, remédios essenciais, usado em cirurgias de parto. Marcos barbosa, auxiliar da farmácia, reclama que não recebe salário há pelo menos cinco meses.

As denúncias não páram. Em um documento, o médico que assina a auditoria técnica é o mesmo que assina como médico funcionário do hospital. O administrador apresenta ainda um modelo de ficha de cadastro do servidor que tería sido encaminhada pelo prefeito para fazer o cadastramento dos funcionários da AMAI como se fossem concursados pelo município. No contra-cheque, até o denunciante aparece como funcionário da prefeitura. O prefeito nega as denúncias.

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