Bacabal: flagelados do Mearim são transferidos de abrigo

Uma inspeção descobriu que o antigo local oferecia riscos aos desabrigados.

Abel Carvalho - Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 14h23

BACABAL - Depois de tentar impedir que eles ocupassem a velha usina de sua propriedade, ameaçá-los de despejo, não deixar que eles puxassem pelo menos energia elétrica para os pequenos cubículos que improvisaram e permitir que os flagelados pelas cheias do Rio Mearim em Bacabal finalmente usassem o local como abrigo a Justiça bacabalense voltou atrás.

Realizou uma inspeção in loco na área e descobriu que o prédio oferece riscos aos desabrigados, mobilizou a prefeitura que ainda havia dado nenhum tipo de ajuda aos flagelados, encontrou um novo local e transferiu as 20 famílias que se encontravam na velha usina para um outro galpão.

As 20 famílias que se encontravam na antiga Usina Arrozeira, localizada na Praça Portugal, no centro da cidade, não opuseram resistência à mudança de local, mas reclamaram muito da medida adotada pela Justiça e pela prefeitura do município. É que todas elas são moradoras da Avenida Mearim, hoje já quase inteiramente tomada pelas águas, e escolheram o local por ficar bem próximo de suas casas.

Os desabrigados diziam não concordar com avaliação do judiciário local que alegou que o prédio pode sofrer danos em razão de rachaduras identificadas em sua estrutura e em função das precárias condições do telhado. Acham que o Rio não vai demorar muito a baixar e que nesse curto período nenhum acidente acontecerá. Protestaram contra a decisão principalmente porque agora estão longe de duas casas, não podendo mais vigiá-las na tentativa de impedir que elas possam vir a serem depredadas.

Criticam o fato de finalmente alguém da prefeitura ter entrado no caso, uma vez que até então não haviam recebido nenhum tipo de ajuda, somente para ajudar a tirá-los do local que escolheram. O novo abrigo fica no bairro distante, o bairro da Mangueira, o que dificulta a movimentação de todos, é tão insalubre quanto o local em que se encontravam, não oferece condições de uso e também oferece riscos aos flagelados.

Enquanto isso o Rio Mearim continua a subir de nível, já estando cerca de 10 metros acima do seu nível normal, e cada momento novas famílias tem suas casas invadidas pelas águas e são obrigadas a deixar o local. A previsão é de que o rio continue a subir fazendo o maior número ainda de desabrigados.

Novo abrigo dos flagelados pela cheia do rio Mearim

*Fotos: Abel Carvalho

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