Codó tem 55 comunidades rurais com registro de casos de malária

Este mês, o índice de contaminação aumentou por causa da estação chuvosa.

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h28

CODÓ - Cresce o índice de casos de malária em Codó. Existem 55 comunidades rurais, mapeadas pelo Departamento de Endemias, onde já foram registrados casos de malária nos últimos anos. Nessas comunidades verifica-se habitat ideal para o mosquito anopheles, ou anofelino, transmissor da doença.

Dezessete, próxima ao rio Cigano, é uma dessas comunidades infestadas. São poucos os moradores que ainda não sofreram com os sintomas da malária. Na família do lavrador Antônio José dos Santos, por exemplo, só ele ainda não adoeceu. Com a chegada do período chuvoso, ele teme ser a próxima vítima.

“Chegamos na época do inverno e aí tudo pode acontecer. O pessoal da saúde ainda não veio por aqui. Qualquer hora que chegar é bom, para cuidar de nossa saúde”, disse o lavrador.

Nos últimos cinco anos, o lavrador codoense que vive nas comunidades mapeadas pela malária tem sofrido com a doença. Nesse período, o número de registros de casos oscila, mas nunca apresenta redução significativa. Em 2001, foram registrados 376 casos; no ano seguinte, o número caiu para 213. Já em 2003 fechou com 207 doentes e, em 2004, este número dobrou e foi quando 423 pessoas contraíram malária em Codó. Ano passado houve uma nova redução, para 319 registros.

”Sem sorte, num lugar desse aqui, a gente não é nada”, encerrou o lavrador César Augusto de Jesus, morador da localidade Dezessete.

SEM ÓBITOS

Nos últimos cinco anos foram registrados 1.538 casos no município. O Departamento de Endemias informa que não houve óbitos e que todos os casos são curados, embora existam aqueles que chegaram a adoecer duas ou três vezes nesse período.

A maior incidência da doença acontece do início do ano até o mês de junho, quando as chuvas são mais fortes. Este mês é época de pico da doença. Ano passado, foram registrados 52 casos. Apesar do perigo, até agora a assessoria de endemias ainda não iniciou o trabalho de borrifação do inseticida contra o mosquito anofelino na zona rural.

Segundo o assessor municipal de Saúde, Amauri Hissa, falta o inseticida. “Não começamos a borrifação porque o inseticida agora que está começando a chegar no Maranhão. Nós ainda teremos que mandar buscar em São Luís. Vamos ter que deslocar uma técnica para a capital para trazer esse material, já que os guardas de endemias estão indisponíveis”, justificou Amauri Hissa.

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