SÃO LUÍS - Será encaminhada ainda nesta semana, à Casa Civil, a proposta de decreto que regulamenta a Alcantara Cyclone Space, empresa binacional Brasil-Ucrânia para a exploração comercial e pacífica do Centro Espacial de Alcântara (CEA)/Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, como base de lançamento de satélites a partir dos foguetes ucranianos Cyclone-4.
Em reunião na última terça-feira com o diretor-geral da Agência Nacional Espacial da Ucrânia (NSAU), Yuriy Alexeyev, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, reafirmou o compromisso do governo brasileiro em concretizar a parceria.
Segundo o ministro, o empenho do presidente Lula no assunto é mais um indicativo de que a empresa entrará em atividade ainda neste ano.
“É uma política de governo a ampliação da cooperação brasileira com outros países e, especificamente, da cooperação científica e tecnológica, uma das mais promissoras”, disse.
Yuriy Alexeyev elogiou os avanços conquistados nos últimos meses e se mostrou ansioso com o início da fase de implantação do projeto. Para ele, com a assinatura do decreto, começam as etapas de definições técnicas, como do corpo diretor da empresa e a localização dentro do CEA/CLA onde será instalado o sítio de lançamento de foguetes da família Cyclone.
A exploração comercial e pacífica do Centro Espacial de Alcântara (CEA)/Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) começou a ser definida em novembro do ano passado, quando foi aprovado pelo Congresso Nacional o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas entre Brasil e Ucrânia. De lá para cá, vários pontos de cooperação vêm sendo discutidos.
A proposta de decreto que segue para a Casa Civil é o resultado de meses de discussões, com a participação de representantes da Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), e Ministérios da Fazenda, Planejamento e Casa Civil.
Segundo o documento, os investimentos na empreitada são divididos em partes iguais: cerca de US$ 50 milhões para cada país.
A Alcantara Cyclone Space terá quatro diretorias e vice-diretorias, além de dois diretores-gerais, cargos que serão compartilhados igualmente por brasileiros e ucranianos.
Os técnicos também serão das duas nacionalidades. Os representantes de cada país na empresa são o MCT, por intermédio da AEB, e a Agência Nacional Espacial da Ucrânia.
Mercado
O mercado de lançamento de satélites movimenta milhões de dólares todos os anos. A parceria com a Ucrânia, além de gerar investimentos no Brasil, também reforça a inserção nacional no time de países com capacidade de acesso ao Espaço e promove o desenvolvimento e aquisição de tecnologia.
Embora a Ucrânia conte com tecnologia avançada de fabricação de foguetes, não possui um centro de lançamento próprio e depende, de modo geral, das instalações russas.
A cooperação com o Brasil possibilita a utilização de um dos melhores centros de lançamento do mundo. Localizado nas proximidades da Linha do Equador, o CLA possibilita lançamentos mais competivivos, com menos gasto de combustível, aliado a cargas maiores.
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