INCRA pode desapropriar 150 familias em Buriticupu

A decisão foi tomada depois de reunião realizada na sede do Instituto, entre o superintendente do INCRA e deputados estaduais.

Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 14h39

BURITICUPU - A superintendência estadual do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) vai realizar um levantamento da cadeia dominial de uma área de 20 mil hectares, denominada assentamento Guairacá, nos municípios de Santa Luzia do Tide e Buriticupu.

Caso seja constatado que a área foi transferida para a gleba Cacique, as terras serão desapropriadas em favor de cerca de 500 pessoas de 105 famílias que moram e produzem na área há mais de 16 anos.

A decisão foi tomada depois de reunião realizada, na sede do Instituto, no Anil, entre o superintendente do INCRA, Raimundo Monteiro, o deputado Luiz Pedro (PDT), a deputada Janice Braide (PTB), técnicos do ITERMA (Instituto

de Terras do Maranhão) e representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Buriticupu.

Luiz Pedro e Janice promoveram a reunião para tentar evitar um iminente confronto armado entre os trabalhadores rurais e empregados do prefeito de Buriticupu, Antonio Marcos de Oliveira, o "Primo" (PDT), que entrou com um pedido de liminar na comarca de Santa Luzia, para despejar os trabalhadores rurais de suas terras dentro de 15 dias.

O prefeito alega que as terras são suas, pois teria recebido procurações assinadas pelos antigos titulares de duas glebas de 4.081 hectares, denominadas Ataguara 1 e 2, cedidas pelo governador Luiz Rocha à Ataguara

Agropastoril Ltda. e para o jornalista da revista "Veja", Wagner Frazão Góis.

A Ataguara ficou com 2.020 hectares e o jornalista Wagner Góis com 2.061 hectares. "Acontece que desde 1996 as terras nunca foram beneficiadas pelos titulares e naturalmente ocupadas por trabalhadores. Na área já existem investimentos do PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), Banco do Nordeste e outros órgãos do governo federal", disse Raimundo Monteiro.

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