SÃO LUÍS - O juiz da comarca do município de Passagem Franca, Marco Aurélio Barreto Marques, quebrou o silêncio sobre as investigações da morte do ex-prefeito de Buriti Bravo, João Leocádio.
Ele assegurou que, a partir do dia 10, haverá novas informações sobre o caso, já que aguarda o resultado de exames periciais feitos por técnicos da Universidade de São Paulo (USP), para onde foram enviados materiais retirados do cadáver do João Leocádio e do local onde ocorreu o crime.
Marco Aurélio explicou que foi preciso estabelecer sigilo judicial ao andamento do processo porque o local do crime não foi preservado.
“O policial militar que chegou primeiro ao local mexeu na arma encontrada. Além disso, o perito da polícia aplicou formol no corpo antes de se retirar material para análise de resíduos de pólvora das mãos do prefeito morto. Cerca de 90% dos casos desse tipo são resolvidos com base em dados retirados do próprio local do crime, mas, como não houve o devido cuidado em preservar o local onde o corpo foi encontrado, foi necessário um trabalho minucioso em torno das pistas”, acrescentou.
Na edição de ontem de O Estado, foi publicada carta aberta endereçada ao governador do estado, José Reinaldo Tavares, assinada pelo irmão do prefeito assassinado, onde o mesmo repudia a demora em descobrir os mandantes do crime, ocorrido no dia 3 de março deste ano. A polícia prendeu duas pessoas acusadas da morte do prefeito: Antônio Marcos Alves, o Marcão, e Itamar Costa da Silva, que se encontram com prisão preventiva decretada.
Conclusão
No dia 15 do mês passado, o delegado Hagamenon Azevedo, da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), responsável pela investigação, encaminhou o inquérito ao Ministério Público do Estado.
Foram colhidos 150 depoimentos, reunidos em 760 páginas. Contudo, não foi apontado o mandante do assassinato. O delegado, à época, revelou que seriam feitas novas diligências, mesmo com o inquérito concluído.
O corpo de João Henrique Leocádio foi encontrado em uma estrada de terra que dá acesso ao povoado Gameleira, a cerca de 3 km da sede de Buriti Bravo. Além do corpo, estavam no local o carro da vítima e um revólver calibre 38.
A falta de preservação do local do crime prejudicou os primeiros levantamentos feitos pela polícia. A arma já havia sido retirada de debaixo do corpo da vítima e o carro, aberto antes da chegada da perícia técnica. Mesmo assim, a polícia acredita que os laudos de local ainda poderão trazer informações importantes para a investigação.
A quebra dos sigilos bancário e telefônico podem esclarecer pontos considerados ainda obscuros na investigação.
O laudo da Universidade de São Paulo deverá esclarecer o que realmente aconteceu com o prefeito João Leocádio, já que ainda não está descartada a possibilidade de suicídio, apesar da prisão de dois suspeitos de assassinato. Se o laudo apontar suicídio, caberá à polícia esclarecer a motivação e que tipo de ameaças ou pressões ele estaria sofrendo.
A polícia tem conhecimento que João Leocádio estava sofrendo pressões políticas. Professor de matemática, ele não estaria acostumado com as pressões e dificuldades encontradas na Prefeitura de Buriti Bravo.
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