Santa Quitéria tem toda população registrada

O direito à cidadania foi conquistado depois de um mutirão envolvendo poder judiciário e comunidade.

TV Mirante

Atualizada em 27/03/2022 às 14h42

SÃO LUÍS - Dona Raimunda e os cinco netos seguram orgulhosos um pedaço de papel valioso: a certidão de nascimento. Sem o documento Maria Antonia não podia matricular os filhos na escola.

O direito à Cidadania foi conquistado depois que um juiz saiu do gabinete, junto com o Ministério Público e lideranças comunitárias, fez uma espécie de censo e de cada 100 moradores, 30 não tinham o registro civil de nascimento. A próxima etapa foi realizar o mutirão.

Segundo a promotora Naima Ribeiro, foram feitas 240 audiências em duas semanas, em turno ininterruptos. Então, conseguimos resolver as demandas judiciais.

A parceria rendeu ao município o título de primeira cidade brasileira a ter 100% da população registrada. Reconhecimento conquistado um ano e quatro meses antes da meta estabelecida pela Campanha Nacional pelo Registro Civil de Nascimento.

Para o juiz Jorge Silva Moreno, o que se vê realmente que um país pode ser construído com dignidade desde que a gente faça com que as pessoas sonhem..."esse sonho a gente conseguiu realizar", disse.

Finalmente o senhor João Francisco conseguiu dar o sobrenome para o filho adotivo Francisco Darlan da Silva. Para ele, é um momento de felicidade, pois o filho é um companheiro de todos os momentos.

Dona Rosa também não esconde a felicidade de ver os 7 filhos com um futuro melhor nas mãos.

Ela explica que com a certidão de nascimento dos filhos poderá tocar a vida.

Para encontrar quem ainda não tinha o registro, o juiz e líderes comunitários percorreram 72 povoados no município de Santa Quitéria. Alguns de difíceis acesso. A mais de 100 Km de Santa Quitéria, descobriram o seu Jonas. Aos 66 anos, o lavrador não sabia a data do nascimento, nem o nome dos pais. Na igreja do município vizinho foi encontrado o comprovante de batismo de Seu Jonas. A pista que o juiz precisava para resgatar a história desse lavrador.

Seu Jonas afirmou que com o documento em mãos passava a se sentir como gente.

- Aqui ninguém me olhava. Era um passarinho triste. Agora, sou gente e tenho fé em Deus que daqui pra frente as coisas vão melhorar em minha vida - garantiu.

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