É crítica a situação das escolas públicas do Estado

Em São Luís, o caso é tão alarmante que diretores ameaçam renunciar aos seus cargos.

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h46

SÃO LUÍS - A situação da rede pública estadual de ensino do Maranhão é de caos generalizado, principalmente em relação ao ensino médio. O quadro é tão alarmante que, em São Luís, dezenas de diretores de escolas já ameaçam renunciar aos seus cargos por causa das condições precárias das unidades de ensino.

A principal queixa é quanto à redução dos repasses feitos diretamente pelo Governo do Estado às 888 escolas da rede para a compra de material didático e custeio de outras despesas. Há dois anos, eram nove parcelas e hoje esse número se resume a quatro.

Combinados ao déficit de professores e demais profissionais da área pedagógica, problemas como estrutura precária das unidades de ensino, falta de material didático, excesso de alunos e ausência de funcionários como vigias e zeladores inviabilizam o processo de ensino e aprendizado na rede pública estadual. “Ou o estado resolve esses problemas ou enfrentará as mesmas dificuldades do ano passado”, alertou o presidente do Sindicato dos Profissionais em Magistério da Rede Pública do Maranhão (Sinproesemma), Odair José Neves.

Como o ano letivo de 2004 na maioria das escolas de nível médio no Maranhão terminou somente no final de março e o governo ainda não concluiu o seletivo para a contratação de professores para amenizar o déficit de docentes em seu quadro, as aulas na grande maioria das 888 unidades da rede pública estadual que oferecem essa modalidade de ensino ainda não foram reiniciadas.

Segundo o Sinproesemma, problemas como a redução, pelo governo estadual, dos repasses feitos diretamente às escolas para o custeio de despesas internas está deixando insatisfeitas diretoras de escolas de São Luís. Em reunião com a cúpula do sindicato, há duas semanas, muitas delas manifestaram o desejo de entregar os cargos. “As diretoras alegam que o corte de recursos está comprometendo a gestão escolar, que já era complicada, e com os recursos escassos adquire caráter insustentável”, salientou Odair José.

Incerteza

Se na capital o governo consegue dar certo ritmo às ações de educação, apesar das dificuldades, nos outros três municípios da Ilha de São Luís e no interior do estado o quadro é de caos. Em São José de Ribamar, distante apenas 30 km da capital, o ensino médio continua desativado por conta da indefinição do seletivo e, embora haja a previsão de reinício das aulas para o próximo dia 28, nenhum aluno ou professor parece acreditar que as atividades serão retomadas nessa data. “São tantos problemas que não sei se vai ser possível reiniciar as aulas esta semana”, disse a professora Arlete Araújo Sousa, representante do Sinproesemma no município.

Situação semelhante vivem os estudantes de Raposa e de Paço do Lumiar. No Centro de Ensino Médio Zoé Cerveira, maior escola do gênero de Raposa, as aulas recomeçaram dia 18, mesmo sem a mínima estrutura. A principal deficiência é a falta de professores de física, química, matemática e língua estrangeira.

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