SÃO LUÍS - O ex-deputado federal e ex-gerente regional de Itapecuru-Mirim Nan Souza (PFL) criticou nesa sexa-feira (15) a forma como as gerências regionais estão sendo usadas para barganha política no governo José Reinaldo Tavares.
Em entrevista coletiva na sede do PFL, Nan Souza afirmou que sua demissão atendeu apenas “ao capricho de um deputado que está confundindo o papel de presidente da Assembléia Legislativa com o de governador do Maranhão, dizendo que manda no Estado”.
As críticas do ex-gerente foram endereçadas ao deputado João Evangelista (PTB), que seria o responsável pela indicação do novo gerente de Itapecuru-Mirim.
Nan Souza foi exonerado quarta-feira passada pelo próprio governador.
“Ele já havia me transferido de Rosário para Itapecuru-Mirim por causa de interesses políticos na eleição da Mesa da Assembléia Legislativa. Mas nesse caso, apenas para atender a caprichos, não posso aceitar”.
Para Nan Souza, o governo José Reinaldo subverteu a função das gerências regionais.
“Estão transformando o Maranhão em capitania hereditária, onde cada um define o seu feudo”.
O ex-deputado disse que a nomeação do novo gerente de Itapecuru-Mirim atenderá apenas a interesses políticos do deputado João Evangelista.
“Ele tem uma fazenda na região, com seu capataz, e agora quer outro capataz na gerência de Itapecuru para atender aos seus caprichos eleitorais”, atacou. Nan Souza afirmou que João Evangelista elegeu-se presidente da Assembléia Legislativa “às custas do erário público”.
“Foi na base do toma-lá-dá-cá. Ele comprou votos dos deputados para garantir o cargo”, disse. “Ele não se preparou para o poder. Não tem cultura e está se perdendo em pequenas coisas, talvez coisas do tamanho dele”, acrescentou.
Ontem, acompanhado de vários deputados, o presidente da Assembléia Legislativa participou da posse do novo gerente regional de Itapecuru-Mirim, Walter Carvalho.
Desvirtuamento
Na avaliação de Nan Souza, o projeto das gerências regionais é excelente, mas está sendo desvirtuado no atual governo.
“As gerências foram criadas para fomentar o desenvolvimento do estado. Pensadas pela então governadora Roseana Sarney como forma de aproximar o governo da população carente, serviram de exemplo para outros estados. Mas precisam ser gerenciadas por pessoas capacitadas. O nosso papel no interior é o de articular as políticas públicas e não servir de instrumento para pessoas que se acham donas da região”, criticou.
Nan Souza ressaltou que, como homem público, chegou onde todos sonham chegar, mas apenas poucos conseguem. “Já fui vereador, deputado estadual, deputado federal, diretor de banco, do Ibama e gerente regional duas vezes. Compreendo a importância do homem público e também a fraqueza do homem diante do poder, aqueles que confundem o público com o privado. Tenho certeza que o Evangelista nunca leu nada sobre a importância do poder. É um inculto”, concluiu o ex-deputado federal.
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