Maranhão faz pesquisas com babaçu como alternativa ao diesel

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 15h06

SÃO LUÍS - A exemplo de outros estados, o Maranhão faz pesquisas de combustíveis alternativos ao óleo diesel. Segundo o diretor-presidente da Fundação de Amparo a Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão, Edson Nascimento, o interesse volta-se para o babaçu e a soja.

Professores e membros do Grupo de Combustível Alternativo (GCA), Henrique Cardias e Fernando Carvalho Silva estão trabalhando para agregar novos pesquisadores e formar parcerias com instituições governamentais e não governamentais para incentivar a implementação do biodiesel no Estado.

O Programa Biodiesel, que será implantado ainda este ano no Maranhão, tem levado os governos estaduais a desenvolver projetos a partir de uma planta oleginosa de cada região. No Pará, é o dendê; no Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, a mamona; no Sul e no Sudeste, a soja.

Edson Nascimento diz que o Maranhão possui os maiores estandes de babaçuais do Brasil, 80% deles estão aqui. Grande parte da população rural se dedica à coleta de coco e à produção do biodiesel, o que poderá fomentar o sistema de produção agro-extrativista, gerando milhares de empregos diretos/indiretos e melhorando a qualidade de vida tanto da população urbana quanto rural, acredita. O projeto será implantado inicialmente na Baixada Maranhense.

Nascimento também informou que o Fundo Setorial de Energia aprovou recentemente recursos da ordem de R$ 700 mil para o Maranhão, que serão aplicados na planta piloto. A Fapema também tem mantido bolsistas que estão trabalhando para viabilizar a conclusão do projeto, assim como promovido a vinda de técnicos e pesquisadores para a preparação de projetos veiculados ao programa biodiesel.

Também denominado combustível verde, o biodiesel é produzido a partir de matérias primas renováveis, como óleos vegetais, e podem ser usados como aditivos em motores do ciclo diesel. O Brasil consome anualmente 36 bilhões de litros de óleo diesel, dos quais 10% são importados já refinados e outros 20% refinados pela Petrobras, informa Edson Nascimento. Atualmente, a produção de óleos vegetais é de 3,5 bilhões de litros, aplicados para fins alimentícios.

Extrativismo - O babaçu é o principal produto do extrativismo vegetal do Maranhão. Um quarto do território maranhense é coberto por esta palmeira nativa. O Maranhão é grande produtor nacional de amêndoas de babaçu, responsável por quase 80% da produção brasileira. Desta palmeira, praticamente tudo pode ser aproveitado.

O babaçu fornece 68 subprodutos. O fruto é utilizado na fabricação de óleo, carvão, leite, ração para gado, nos trabalhos de artesanato. Na zona rural, as folhas são usadas para cobrir casas. Transformam-se também em cestos e esteiras e fornecem celulose para a industrialização do papel. A partir do babaçu também são extraídas substâncias para a fabricação de detergentes, sabão, margarina, cosméticos, asfalto entre outros.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.