Ucranianos negociam lançamentos aeroespaciais na Base de Alcântara

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 15h16

SÃO LUÍS - A Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Agência Nacional Espacial Ucraniana estudam a possibilidade de fundarem uma empresa binacional que lançará foguetes ucranianos a partir da Base de Alcântara, no Maranhão. A proposta de cooperação entre Ucrânia e Brasil ainda está sob avaliação técnica da comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional no Senado Federal, mas as negociações seguem avançado para um acordo.

Uma delegação ucraniana chegou hoje à Brasília para avaliar as possibilidades de trabalho com o Brasil. Os especialistas estarão durante toda a semana em reuniões na AEB e com o ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral. Um dos maiores incentivadores da parceria é o presidente da AEB, Luiz Bevilacqua. Segundo ele, o acordo permitirá que o País caminhe para a autonomia no setor espacial. “O Brasil não vive sem a tecnologia espacial hoje, por motivos de segurança e controle ambiental, para monitorar a Amazônia, localizar focos de incêndio, desastres naturais como inundações e poluição e reservas de água potável”, explica.

Apesar de a Ucrânia ser o país com o qual o Brasil tem o diálogo mais avançado acerca da utilização do Centro de Lançamento de Alcântara, outras nações, como Índia e Israel, já demonstraram interesse em lançar carga útil (sondas e satélites) a partir do Maranhão. Os Estados Unidos também quiseram utilizar a Base, contudo foram barrados pela Câmara dos Deputados no início do ano, por exigirem condições que colocavam em risco a soberania brasileira. Entre as cláusulas abusivas, estavam a impossibilidade de o Brasil utilizar o dinheiro arrecadado pelo programa em pesquisa espacial, a proibição aos órgãos brasileiros de fiscalizarem o material enviado pelos EUA para a base e também a proibição da circulação de brasileiros sem autorização prévia nos espaços ocupados pelos americanos dentro de Alcântara.

Estima-se que o empreendimento com a Ucrânia deve aumentar o potencial de uso da base, tornando-a competitiva no mercado mundial. O interesse da agência brasileira é competir de igual para igual com outros países, com a vantagem de poder reduzir seus custos em aproximadamente 30%. A Base de Alcântara encontra-se em local estratégico, próxima a linha do Equador, posição ideal para lançamentos dessa natureza.

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