SÃO LUÍS- Representantes de 169 famílias de trabalhadores rurais do assentamento Vila 7 de setembro, no município de Coroatá, ocuparam ontem a sede do Incra ( Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para protestar contra a determinação do órgão de impedir a transformação de um antigo prédio em ruínas, num posto de saúde reformado pela prefeitura para atender os trabalhadores.
Dispostos a desocupar o local somente com uma definição da superintendência do Incra, os trabalhadores chegaram nas primeiras horas da manhã e só deixaram o local após serem recebidos pelo superintendente do Instituto no Maranhão, Raimundo Monteiro, no inicio da tarde.
Durante duas horas, de 11:00 às 13:00h, os trabalhadores debateram com a direção do instituto sobre a importância do Posto de Saúde para o assentamento e mais 29 povoados que forma a gleba Paraíso Comaia, a 18km da sede do município de Coroatá.
“A construção do Posto de Saúde é muito importante para nós e para todos os trabalhadores da região. A prefeitura está tendo a boa intenção de nos ajudar, mas vem encontrando resistências por parte de quem não deveria, que é o Incra”, desabafa Antonio Alves Sousa, presidente da Associação dos Trabalhadores Rurais do assentamento.
Os assentados informaram ao presidente do Incra que estão sendo vitimas de perseguição do vereador Domingos Alberto de Sousa, do Partido dos Trabalhadores, e também presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, que faz oposição à administração municipal.
Segundo os trabalhadores rurais, o parlamentar e o sindicalista estariam influenciando na decisão do Incra em obstruir a construção do Posto de Saúde, já que o vereador Domingos Alberto é correligionário de partido do presidente do Incra.
Para o prefeito de Coroatá, Rômulo Augusto, que acompanhava os lavradores, uma questão política partidária está impedindo os trabalhadores e familiares de terem comodidade no acesso ao serviço de saúde municipal.
“O presidente do Incra não pode se deixar levar por uma visão política partidária. Mais importante do que qualquer sentimento partidário, está o interesse dos trabalhadores rurais do nosso município”, disse Rômulo Augusto.
Ao ouvir ontem os argumentos dos assentados, Raimundo Monteiro, negou que os trabalhadores cedessem o prédio para que a prefeitura reforme, amplie e equipe o Posto de Saúde.
“O prédio é dos trabalhadores, entretanto só pode ser autorizado por mim ou pelo Presidente do Sindicato, e eu não autorizo”, sentenciou Monteiro.
Ao perceber a insistência do presidente do Incra, os trabalhadores decidiram que as obras da reforma e adaptação das ruínas em Posto de Saúde não vão ser interrompidas, serão reiniciadas na próxima semana.
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