Mãe agenciava a própria filha na BR 316

Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 15h21

SÃO LUÍS - Numa ação conjunta do Ministério Público Estadual e das polícias Federal, Rodoviária Federal e Civil, para combater a prostituição infantil, foram presas em flagrante quatro pessoas, na última quinta-feira, à noite, em prostíbulos localizados na BR 316, no município de Santa Inês.

Os presos são três agenciadoras, entre elas, a mãe de uma das menores que fazia programa no local, e um caminhoneiro flagrado quando abusava sexualmente de uma menina de 14 anos.

Outras 10 mulheres encontradas em cinco casas de

prostituição, durante a blitz que entrou pela

madrugada, foram levadas para a delegacia também

acusadas de serem agenciadoras.

A promotora da Infância e Juventude de Santa Inês,

Núbia Zeile Pinheiro, que coordenou a operação, disse que serão realizadas outras blitzen ao longo da BR 316, como parte da campanha lançada pelo MPE naquele município para reprimir e combater a prostituição infantil.

A segunda etapa da campanha, com atividades educativas junto à população, acontecerá no dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate à Prostituição Infantil.

A parceria com as polícias Federal e Rodoviária

Federal faz parte da chamada operação "Resgate da

Inocência", desenvolvida pelo Ministério da Justiça.

Entre as três menores encontradas durante a blitz, uma de 14 anos estava acompanhada da mãe que é

agenciadora da filha.

Ela estava sendo abusada sexualmente por um caminhoneiro do Estado de São Paulo que foi preso em flagrante pela Polícia Federal num casebre próximo ao Posto Magnólia VII.

A garota contou que mãe, também presa em flagrante, é quem consegue os programas para a filha, cobrando entre R$ 40,00 a R$ 180,00, esse valor se a menor viajar para outro estado

em companhia de caminhoneiros, onde costuma ficar por mais de 15 dias. Disse também que costuma fazer até 15 programas por noite.

Duas donas de casas de exploração sexual onde foram

encontradas outras duas meninas de 15 e 16 anos também foram presas.

As menores foram entregues ao Conselho Tutelar.

Participaram da blitz três delegados, 14

agentes da PF, três da PRF e três policiais civis.

Depois de Santa Inês, a operação percorreu a BR 316

até o município de Pio XII e só terminou a uma hora da madrugada, mas não foram encontradas menores.

Na operação foram usadas 10 viaturas policiais.

Segundo a promotora de justiça, a prática da

prostituição infantil ao longo da BR 316, no município de Santa Inês, é um problema antigo que vem se agravando.

Ela disse que antes as meninas só eram vistas

nos postos de combustível e nas casas de

prostituição durante à noite.

Agora, de acordo com a promotora, é comum encontrá-las nesses locais também durante o dia na companhia de caminhoneiros.

"Esse tipo de prostituição se alimenta da inocência e da fragilidade emocional dessas meninas e os criminosos contam com a impunidade", explicou Núbia Pinheiro.

As três menores encontradas durante a blitz contaram que na maioria das vezes não recebem o dinheiro dos agenciadores.

Nessas casas elas vivem em regime de escravidão. Todas são de famílias muito pobres, filhas de lavradores, deixaram as casas dos pais e

foram para a cidade onde se prostituem.

A promotora de justiça disse que entre as mulheres acusadas de agenciar crianças e adolescentes já foram exploradas sexualmente em casas de prostituição quando eram menores e hoje passaram a ser agenciadoras de meninas.

As informações foram passadas pela Assessoria de Comunicação do Ministério Público.

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