Investigação

SSP-MA afasta PMs após abordagem em que jovem desmaia, em Itapecuru-Mirim

Os tenentes Sampaio e Nogueira se envolveram em confusão com proprietários de um estabelecimento no fim de semana.

Imirante.com

Atualizada em 07/09/2022 às 08h00
Jovem chega a desmaiar durante abordagem policial.
Jovem chega a desmaiar durante abordagem policial. (Foto: Reprodução)

ITAPECURU-MIRIM - A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-MA) afastou os tenentes Sampaio e Nogueira de suas funções após a confusão entre eles e os proprietários de um estabelecimento, no município de Itapecuru-Mirim. 

A abordagem policial foi registrada no último fim de semana. Uma jovem chegou a desmaiar quando estava sendo conduzida à força. De acordo com a ocorrência policial, a ação se deu por conta de desacato, resistência, descumprimento de horário de funcionamento de bar e ameaças. O caso está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Militar do Maranhão (PM-MA).

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Para os proprietários do estabelecimento, houve truculência da parte dos policiais. A jovem que aparece nas imagens sendo conduzida à força pelo policial foi identificada como Nathália Duailib, de 18 anos. Ao Imirante.com, ela relatou o caso na manhã deste domingo (4).

Nathália conta que era por volta de 0h30, de sexta para sábado, e o atendimento no bar já tinha sido encerrado. A mãe dela, a irmã, a prima e o padrasto estavam ajudando na limpeza e no caixa, quando chegou um policial “dizendo que já era ‘pra tá’ fechado”. Nathália respondeu que “só estavam terminando de limpar e de fechar, que só tinha uma porta aberta”. Foi então que o policial se aproximou e disse “estou mandando fechar agora”. A mãe de Nathália, Maria das Dores Duailib, interferiu, dizendo que só estavam fechando o caixa.

Nathália então começou a gravar com o celular porque não gostou da forma como o policial estava falando. “Ele disse que não era ‘pra’ gravar aquilo, senão ele ia me prender. Ele já entrou partindo em cima de mim, me agredindo, me jogando para fora, me apertando, apertando meu pescoço”, conta.

Ela relata ainda que pedia socorro para sua mãe e que estava se sentindo sufocada. “Ele ‘tava’ me sufocando muito porque a arma dele ‘tava’ pegando no meu pescoço e ele me chamando de ‘vagabunda’”, relata.

Nathália também afirma que o policial a atingiu com spray de pimenta e, em seguida, ela desmaiou. Veja o momento em que a jovem desmaia:

Ela se lembra de ter acordado depois perto do carro da polícia e foi então jogada algemada dentro do veículo. Além dela, todos que estavam no estabelecimento, e que pediam para que Nathália fosse solta, foram contidos com spray de pimenta e levados à delegacia.

Nathália disse que chegou a ser encaminhada ao hospital da cidade, onde tomou medicamento. Ela conseguiu contar para o médico tudo o que houve e depois, ao retornar à delegacia, todos já tinham sido liberados para casa.

Ouça a entrevista concedida por Nathália Duailib ao Imirante:

Resposta da SSP-MA

Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-MA), por meio da Polícia Militar do Estado do Maranhão (PM-MA), informou que um procedimento administrativo seria instaurado para investigar eventuais excessos na atuação da guarnição em serviço em Itapecuru-Mirim. Leia abaixo a nota completa:

"A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-MA), por meio da Polícia Militar do Estado do Maranhão (PM-MA), informa que será instaurado procedimento administrativo para investigar eventuais excessos na atuação da guarnição em serviço em Itapecuru-Mirim na madrugada deste sábado (3). Ademais, a SSP-MA destaca que não compactua com condutas violentas e arbitrárias e apura todos os fatos à luz da verdade e da legalidade.

Para mais, o órgão de segurança comunica que os fatos ocorreram quando os policiais faziam cumprir determinação de limite de horário de funcionamento de estabelecimentos, definido pelo município, e foram agredidos verbalmente e ameaçados pela proprietária do bar, que foi levada à delegacia.

Na delegacia foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência contra a dona do bar por desacato, ameaça e descumprimento de horário de funcionamento do estabelecimento".

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