IMPERATRIZ - Uma das riquezas do cerrado maranhense virou objeto de pesquisa da estudante Ana Beatriz de Castro Silva, de 17 anos, moradora de Imperatriz. Desde 2018 ela se dedica à produção científica utilizando a nanotecnologia para design sustentável, a partir do buriti, e as descobertas têm sido surpreendentes.
Entre os quase 500 finalistas da 20ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), que será realizada até o dia 26 de março pela Plataforma FEBRACE Virtual, está o projeto da estudante, orientado pelo professor Zilmar Timóteo. A novidade poderá substituir o plástico comum em alguns objetos em que ele é utilizado como matéria-prima.
“Eu já estudo o buriti desde 2018, desenvolvi outros projetos utilizando o talo, mas eu nunca tinha estudado a fundo o fruto, a película que fica entre o caroço e a polpa, que é descartada. Eu sempre fui muito inquieta, não me conformava em ver o mundo sendo destruído por um plástico, um material que vem do petróleo e realmente está danificando o mundo”, disse a estudante.
O acrílico ecológico foi desenvolvido a partir da película que envolve a polpa do buriti, palmeira típica do cerrado e facilmente encontrada no território maranhense. Ana Beatriz ainda criou um plástico resistente a partir da casca da planta, com o qual fez um revestimento para piso e parede, além de um biofilme a partir da polpa. Ela fez a caracterização biotecnológica dos biopolímeros testando características como a opacidade, a resistência química, as propriedades mecânicas e a capacidade de degradação em solo e os resultados foram satisfatórios, mostrando que o biopolímero pode ser usado na indústria polimérica e indústria farmacêutica, sem agredir o meio ambiente, com uma decomposição de até 15 dias na água e 20 dias no solo.
“Com a busca por um plástico verde, as indústrias têm ido atrás de uma tecnologia que não venha danificar o meio ambiente. Eu sempre tive essa curiosidade, esse sentimento de contribuir para a transformação do mundo e sou apaixonada pela área que pesquisa isso”, finalizou a estudante que está empolgada com mais essa participação em uma feira renomada.
Avaliação
Os melhores projetos da FEBRACE, nas diversas categorias, ganharão troféus, medalhas, bolsas e estágios, num total aproximado de 300 prêmios e oportunidades no Brasil e no exterior. Também serão selecionados nove projetos para a Regeneron ISEF -- a maior feira internacional de ciências do mundo.
Colecionando prêmios
A estudante imperatrizense foi uma das premiadas no ano passado na ISEF, concorrendo com mais de 2000 estudantes de vários países. Ela se destacou com um projeto que utiliza a fibra do buriti e ganhou uma imersão em um acampamento de verão, num colégio estadual na Califórnia, com tudo pago.
Ana Beatriz também coleciona prêmios nacionais e internacionais com o projeto “bio compósito”, dentre eles um nobel latino americano. E a cada trabalho apresentado, novas portas se abrem e com ela as credenciais para participar de outros eventos.
Ana Beatriz terminou o ensino médio no ano passado, mas pretende dar continuidade à pesquisa, desenvolvendo uma pele artificial a partir do buriti.
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