CF 2017

Historiador critica discurso de progresso de Imperatriz ao destacar Campanha da Fraternidade

Educador diz que campanha vai refletir sobre suposto benefício do progresso.

João Rodrigues/ Imirante Imperatriz

Atualizada em 27/03/2022 às 11h25
O historiador José Nilson faz parte da equipe de formação da Diocese de Imperatriz.
O historiador José Nilson faz parte da equipe de formação da Diocese de Imperatriz. (Foto: João Rodrigues/ Imirante Imperatriz)

IMPERATRIZ – O professor e historiador José Nilson Oliveira, um dos responsáveis pelo setor de formação da Diocese de Imperatriz, disse nesta quarta-feira (1º) que a Campanha da Fraternidade 2017 vai propor aos católicos uma reflexão sobre a degradação ambiental em Imperatriz ao longo dos últimos 30 anos. Como exemplo de área preservada o educador citou uma área de mata nativa do 50º Batalhão de Infantaria de Selvas (50 BIS), na área urbana de Imperatriz.

“Se fizéssemos a pergunta como era Imperatriz há algumas décadas passadas vamos ver diretamente o bioma. Basta a gente passar pela frente do 50 e observarmos um pouco da mata preservada do 50 BIS, e ver como era Imperatriz. Para a gente ver que esta cidade se transformou em cimento e asfalto”, comparou.

José Nilson lembrou que a diocese, com sede em Imperatriz, está numa área de transição dos biomas do cerrado e pré-amazônico, e mesmo antes da campanha já haviam movimentos em prol do meio ambiente, como é o caso da preservação dos babaçuais. O coco babaçu, segundo ele, é a matéria-prima das quebradeiras de coco e uma palmeira muito importante para o bioma.

“Saindo do dicionário, a palavra bioma tem um sentido claro. Bio significa vida. A vida das espécies, o homem a mulher, não estão fora da natureza e precisam se integrar com a natureza biológica ecológica de todas as espécies. Este é o motivo do trabalho a ser desenvolvido este ano”, destacou.

O historiador, também, criticou o que denominou de “discurso do progresso” de Imperatriz, defendido por alguns segmentos sociais.

“Temos que ver que Imperatriz é muito calcada num discurso em nome do progresso. Ai eu pergunto: cadê o progresso? Onde está o progresso? O progresso está nos elementos danosos que a Hidrelétrica de Estreito, que para produzir tanta energia, provocou a ações danosas aqui, também, alterando um curso do rio e alterando um bioma?”, indagou, para acrescentar: “O progresso significa a gente fazer com que a comunidade economicamente ativa produza, mas destruindo, mantando. Onde está o progresso? Este é o questionamento que as comunidades e nós hoje já estamos fazendo”.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.