BRASIL - Usar óculos sem prescrição do médico oftalmologista apenas para auxiliar na leitura, ou mesmo melhorar a chamada acuidade visual, pode retardar o diagnóstico da doença que é uma das principais causas de cegueira no país.
Levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) com 300 prontuários de pacientes, revela que três em cada dez pacientes que chegam para o diagnóstico embora apresentem boa acuidade visual, já estão em estágios avançados da doença.
No Brasil, a falta de dados estatísticos confiáveis dificulta a avaliação real da extensão dos problemas visuais da população. Os dados utilizados para esta avaliação vêm da Organização Mundial de Saúde (OMS) e, não são originados de estudos epidemiológicos de base populacional local, como é feito em alguns países desenvolvidos.
Segundo a OMS, 65 milhões de pessoas sofrem de glaucoma em todo o mundo, sendo que, a cada ano, surgem mais 2,4 milhões de casos. Estimativas dão conta que no Brasil, existam cerca de um milhão e meio de portadores da doença, a metade deles não sabem que possuem o problema.
De acordo com o presidente da SBG, Francisco Eduardo Lopes de Lima, há pacientes que passam no exame de acuidade visual, aquele em que a pessoa precisa ler as letras e números em diversos tamanhos, mas isso não quer dizer que esteja tudo bem.
“O campo visual, ou seja, o quanto essa pessoa consegue enxergar em volta do que está olhando, pode está bastante comprometido”, completa.
Os resultados reforçam que é importante diferenciar a boa acuidade visual, detectada em um simples exame de vista, de um exame médico oftalmológico completo que inclui aferição da pressão intraocular e avaliação do fundo de olho. Apenas desta maneira o médico poderá suspeitar da doença e solicitar o exame de campo visual para confirmar o diagnóstico.
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