Aftosa

Maranhão poderá alcançar zona livre

Estado pode estar livre da aftosa em 2010.

O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 13h02

IMPERATRIZ - O diretor da Agência Estadual de Defesa Animal (Aged), em Imperatriz, Marcélio Cangussú, diz que o Maranhão poderá alcançar no primeiro semestre de 2010 o status de zona livre de febre aftosa com vacinação ou médio risco. O levantamento que poderá culminar com essa decisão está sendo realizado desde o início deste mês pelo Ministério da Agricultura. As expectativas em torno do avanço do estado rumo à erradicação da doença são boas.

Cangussú comentou que o otimismo é resultado da participação dos produtores na última etapa da campanha de vacinação encerrada no dia 30 de novembro e o progresso do estado do Piauí, que conseguiu passar de alto risco para o médio risco.

“A passagem do Piauí para o médio risco é importante porque possibilita ao Maranhão adquirir o status de zona livre de febre aftosa com vacinação. O Maranhão não poderia ser zona livre da aftosa, ou seja, baixo risco, sendo o Piauí de risco desconhecido ou de alto risco. Isso nos faz acreditar que passaremos para baixo risco até abril de 2010”, comemorou Cangussú. O Piauí faz fronteira com a Região Leste do Maranhão onde fica grande parte do rebanho bovino do Estado.

Números - Ainda sem os números oficiais da campanha de imunização contra a febre aftosa, Cangussú disse que a previsão é de que o Maranhão atinja, pelo menos, 98% de cobertura vacinal, cerca de 2% a mais do que os índices de 2008.

“O Ministério da Agricultura exige que a cobertura vacinal seja acima de 90%. A gente espera que o índice seja alcançado. Teve município que chegou a 12% na campanha passada, o que atrapalha o estado como um todo”, explicou o diretor.

Ao fazer uma avaliação específica da segunda etapa da campanha encerrada no dia 30 de novembro, o diretor da Aged em Imperatriz salientou que este ano não houve prorrogação do prazo como em 2008. “Até porque não tinha motivos, não choveu o bastante para atrapalhar o transporte dos animais até o curral e também não faltou vacina”, ressaltou Cangussú.

Comprovante - Com o encerramento da campanha em novembro, os produtores tiveram até o dia 15 deste mês para apresentar no escritório da Aged o comprovante de vacinação do rebanho. O próximo passo do órgão será fiscalizar as propriedades e notificar os produtores inadimplentes.

Cangussú adiantou que a situação também será comunicada ao Ministério Público, que deverá dar um novo ultimato aos produtores que terão de vacinar contra a aftosa sob acompanhamento da Aged.

“Esperamos que não seja preciso fazer isso, até porque nossos produtores estão muito conscientes da importância da vacinação. Também esperamos que, com a vacinação assistida pela Aged, os produtores possam fazer a vacinação e a gente consiga atingir, com a ajuda da Promotoria, os 100% do rebanho”, estimou o diretor.

O Ministério da Agricultura deu início, na primeira quinzena de dezembro, ao processo de avaliação do Maranhão na última campanha de vacinação contra febre aftosa. Nessa investigação, está sendo avaliada a capacidade estrutural e técnica do escritório da Aged, o grau de conhecimento dos médicos veterinários que trabalham nas Unidades Veterinárias Locais (UVL), que são os primeiros profissionais a combater a febre aftosa em caso de descoberta de foco da doença.

Também estão sob análise os relatórios sobre a localização dos rebanhos, o geo-referenciamento das propriedades no estado, as Guias de Transporte Animal (GTA) e a sorologia.

“A sorologia é a coleta do tipo de sangue dos animais que se deu de forma aleatória feita pelo ministério. É com base nessa amostra de sangue que eles vão saber o nível de imunização dos animais”, exemplificou o diretor. A sorologia é o último passo da investigação que pode ter sua conclusão na segunda quinzena de março de 2010.

Contágio - A febre aftosa é uma doença altamente contagiosa que ataca todos os animais de casco fendido, em especial bovinos, suínos, ovinos e caprinos. Dá-se em todas as idades, independente de sexo, raça, clima. Existem pelo menos seis tipos de vírus. Não há transmissores de aftosa, o vírus é vinculado pelo ar, pela água e alimentos, apesar de ser sensível ao calor e à luz.

A enfermidade provoca a perda de apetite, sob as formas de quebra da produção leiteira, perda de peso, crescimento retardado e menor eficiência reprodutiva. Os animais jovens são mais vulneráveis. A detecção da doença já é suficiente para a interdição da fazenda. Outro efeito desse mal é que ele causa aborto e infertilidade.

Os animais doentes podem adquirir com maior facilidade outras doenças, devido à sua fraqueza. A exportação de carne torna-se inviável nessas condições.

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