Região Tocantina

Seqüestros ameaçam tranqüilidade de população

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 13h47

IMPERATRIZ - O seqüestro que teve como vítima Sales José Lopes Santos, de 19 anos, encerrado há uma semana, depois que a polícia estourou o cativeiro e libertou o jovem em um bairro de Açailândia, é o exemplo mais recente de uma modalidade criminosa que vem se tornando comum no interior do Maranhão.

Só nas regiões sul e sudoeste do estado foram três o número de casos registrados de novembro até agora, sendo o de Sales o que mais repercutiu, por reunir forças policiais de dois estados e também ter sido encerrado com a prisão de cinco pessoas e apreensão de um arsenal formado por dois rifles, três pistolas calibre 380, quatro revólveres, seis celulares, além de muita munição.

Primeiro foram os assaltos a banco com reféns, depois as cidades do interior maranhense passaram a ser alvo de seqüestradores, criminosos até então comuns apenas em grandes cidades do sul e sudeste do país.

Um caso que chamou muita atenção foi o que ocorreu em novembro de 2007, em Grajaú, quando uma criança de 10 anos (Rique Alves), filho de um empresário, foi seqüestrada e depois abandonada nas proximidades do lixão de Imperatriz, depois de quase uma semana. O pai da criança pagou o resgate no valor de R$ 280 mil. Os seqüestradores foram presos em Grajaú e Imperatriz.

Em dezembro, foi a vez de dois homens seqüestrarem, em casa, no Jardim São Luís, a criança T.P.P, de 7 anos, filha do pecuarista José Ademir Perego, libertada após a polícia ter invadido o cativeiro e prendido três pessoas e identificado pelo menos outras seis.

DESFECHO

Das três ocorrências, duas foram em outros municípios, tendo Imperatriz como uma referência na ação criminosa: a localização do menino e o seqüestro da menina tiveram desfecho em Imperatriz, e, no caso do filho do fazendeiro, duas mulheres presas eram de Imperatriz.

A importância do município na ação dessa rede criminosa, liderada por José Natalino da Silva, de 33 anos, preso em Belém (PA), chamou a atenção dos policiais, que, ao aprofundar as investigações, descobriram o grau de organização do bando. O líder tinha planos para realizar outros seqüestros em cidades do interior do Maranhão, caso o seqüestro de Sales José Lopes Santos, iniciado dia 22 de dezembro, em Capitão Poço (PA), fosse bem-sucedido.

Antes do registro dos três casos, que provocaram grande repercussão em todo o estado, bandidos já vinham realizando seqüestros em Imperatriz. O diferencial é que essa modalidade criminosa era executada por “amadores”, situação que mudou.

Em um período de três meses, foram realizados vários seqüestros relâmpagos, cujas vítimas foram pegas na rua e sob a mira de armas e foram obrigadas a se deslocarem até agências bancárias e de lá sacarem e entregarem dinheiro aos seus algozes.

A maioria dessas ocorrências nem foi levada ao conhecimento da polícia, mas o primeiro caso ocorrido em Imperatriz, tratado como seqüestro, foi o que teve como vítima a mulher identificada por Rosália, esposa de um empresário da cidade. Ela foi seqüestrada por três homens no estacionamento de um shopping e ficou aproximadamente cinco horas nas mãos de bandidos. O seqüestro terminou com pagamento de resgate e os criminosos foram presos menos de 24 horas depois. Ainda foi libertada em Imperatriz uma criança desaparecida no Pará.

Sobre o caso em que a vítima foi a dona-de-casa imperatrizene, a polícia prendeu os acusados, que eram do município, situação diferente dos três últimos em que bandidos de outros estados deram um tom diferente ao crime.

GRAU

O grau de organização dos bandidos pode ser comprovado pelas ligações que eles têm com outros centros do país, onde estão os líderes das organizações criminosas. Segundo investigações da polícia, José Natalino da Silva, que foi preso em Belém (PA) e acusado de ser o líder do seqüestro de Sales José, também está envolvido em um outro com criança de Grajaú.

José Diomar Pinto de Sousa, o Neguinho, é outro preso em Açailândia, que confessou participação no seqüestro, como executante, com as mulheres Cristiane da Silva Pinto e Mirivan de Abreu Lima, sendo que esta última é companheira do assaltante de banco João Perón - que está preso no Centro de Custódia de Presos de Justiça (CPJ) - e a outra é proprietária de uma casa localizada no bairro Santa Rita, que seria o novo cativeiro quando o de Açailândia estivesse saturado.

As equipes de policiais sob o comando dos delegados José Luis Furtado, Cabral e Evandro Chagas encontraram no cativeiro de Açailândia uma caixa de papelão que teria sido usada para esconder a criança durante a transferência de Grajaú para o cativeiro na Estrada do Arroz, em Imperatriz.

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