SÃO LUÍS - O clima na área de abragência da Usina Hidrelétrica Estreito (UHE Estreito) é de insegurança. A ação de grupos vindos de outras regiões do país contrários à instalação de usinas hidrelétricas, cria uma situação de instabilidade entre os habitantes dos municípios que trabalham no empreendimento e que fazem cursos de qualificação profissional patrocinados pela Hidrelétrica em parceria com o Senai e prefeituras.
Segundo ameaças, o movimento, que na semana passada interditou por 11 horas a Ponte Juscelino Kubitschek, que dá acesso à cidade de Estreito e esteve em acampamento de protesto na faixa da frente do canteiro de obras da hidrelétrica, rente a BR-010 (Belém-Brasília), estaria planejando retornar mais articulado e ofensivo.
Esta semana várias ações começaram a acontecer na região. No dia 25 de abril (quarta-feira) pessoas não identificadas furtaram materiais de construção, fornecidos pela UHE Estreito, que seriam usados nos cursos profissionalizantes realizados pelo Senai, oferecidos pela hidrelétrica. O material estava armazenado em um terreno cedido pela prefeitura de Aguiarnópolis (TO), para a realização das aulas práticas de pedreiro, eletricista predial e bombeiro hidráulico. O furto aconteceu durante a madrugada e o instrutor do Senai, que ministra um dos cursos, Gabriel de Oliveira Abreu, registrou o Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia de Polícia Civil do município.
Por precaução, a coordenadora técnica do Senai – T0, Leidivan Dias Lucena, solicitou reforço policial e um BO também já foi registrado. O responsável pela Polícia Militar de Carolina, Tenente Nascimento, informado sobre as ameaças ao veículo utilizado nos cursos de informática e à integridade física dos instrutores e alunos, enviou ronda policial para o local.
A polícia da região acompanha as ações. O capitão Luna, comandante da Polícia, disse que a corporação respeita o posicionamento dos manifestantes e aconselha para que sejam evitados o confronto físico e depredações. “Todos podem ter uma opinião e têm direito de manifestá-la de forma pacífica. Estamos acompanhando a tudo e orientando as pessoas, moradores, ribeirinhos, sobretudo os indígenas, para que não aconteçam agressões à ordem pública, senão também teremos que usar a força”, orienta.
O presidente da Associação Novo Progresso, de Estreito (MA), Willian Vilar, confirma a situação instável e adianta que a entidade está elaborando um manifesto a favor da hidrelétrica. “Estamos mobilizando a comunidade para conter a ação desses manifestantes que estão aí e que nem sabemos direito quem são e quais interesses têm”. O documento, depois de finalizado, será entregue para as autoridades do Governo Federal.
No manifesto, a Associação Novo Progresso ressalta que a instalação da UHE Estreito atrairá novos investimentos da indústria, diminuir o risco de apagão, além de criar desenvolvimento e sustentabilidade para a região.
A favor da barragem – A maioria das pessoas é a favor da instalação do empreendimento na região. A população revela, em conversas informais, que a expectativa em torno da instalação do projeto envolve perspectivas de melhoria da qualidade de vida, empregos e crescimento das cidades do entorno da barragem e que a suspensão das obras, decidida por força de liminar, vai de encontro com a opinião dos moradores.
Ainda segundo Willian Vilar, a decisão de embargar a obra não considera a opinião dos diretamente envolvidos com o empreendimento. “Grande parte da nossa população é a favor da barragem. Estamos indignados com essa decisão que não representa a vontade dos estreitenses. Não sabemos quem está por trás disso, quem são essas pessoas e de onde vêm”, questiona o líder local, referindo-se à ação de grupos estranhos à comunidade que lideram o movimento contra usinas hidrelétricas em todo o país.
A colônia de pescadores Z-35, uma das mais antigas da cidade de Estreito, também é favorável ao empreendimento. Segundo o presidente da colônia, Denerval Ferreira da Cruz, os 400 pescadores filiados à entidade acreditam que as parcerias firmadas com os empreendedores são positivas para o desenvolvimento da atividade pesqueira e para a profissionalização da pesca artesanal. “Para nós a construção dessa barragem será boa. Queremos que a hidrelétrica seja construída aqui, na nossa região. Sabemos que vamos continuar tendo peixe, como sempre tivemos, e que a pesca não será prejudicada. Vários projetos também vão ser implantados na nossa comunidade, o que é muito bom”, disse o presidente da Z-35, que afirmou também que a Hidrelétrica vem cumprindo todos os compromissos assumidos com a comunidade e inaugurará em breve um telecentro com 10 computadores ligados 24h na internet para uso gratuito dos pescadores e da comunidade.
Por falta se segurança, nenhum escritório da hidrelétrica foi aberto durante a semana.
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