CODÓ - As fotografias foram tiradas por pessoas da comunidade de São José de Pinho. Mostram crianças de uma pré-escola escrevendo de joelho, no local só é possível sentar no chão. Além da falta de condições internas, as fotografias também mostram que a escola funciona numa casa abandonada do povoado.
Os pais, com o auxílio do Sindicato do Servidores Públicos Municipais, fizeram com que as fotos chegassem ao promotor da Infância e Juventude de Codó, Eleneilton Santos da Silva Junior e, na promotoria, reafirmaram a denúncia.
“Eles ficam de joelho e botam o papel em cima do banco para pode fazer as tarefas deles...a situação não é boa, agora mesmo tem um menino que o joelho ta até ferido só de ficar de joelho lá”, disse a lavradora Josiane Silva Cunha
A presidente da associação de moradores de São José de Pinho, Maria Hortência Lima Rocha, explicou que há tempos vem pedindo para que as 19 crianças da pré-escola tenham tratamento diferente. Agora toda a esperança de que o problema seja resolvido está depositada sobre o Ministério Público.
“Do Ministério Público nós queremos que ele nos ajude a resolver nosso problema porque não é de hoje que a gente faz esta reivindicação”, afirmou
Visita do MP
O promotor de Justiça, movido pelo que viu nas fotografias, fez uma visita à pré-escola, acompanhado de membros do Conselho Tutelar (Iracy de Sousa e Conceição Rodrigues).
Constatou a precariedade do local e, de volta à cidade, chamou os responsáveis pela educação rural do município para uma conversa. Pediu à eles uma justificativa formal, devidamente documentada, para que ele, então, possa propor um Termo de Ajustamento de Conduta que deve sair esta semana.
“Dependendo da resposta apresentada nós podemos propor uma acordo e, se possível, conseguirmos a remoção do problema de imediato, caso contrário, judicializar e levar a questão para o judiciário”, declarou o promotor
Governo se defende
Quando foi chamada pelo promotor a Coordenadora de Educação no Campo, Ana Maria da Silva Lima Sena, apresentou-lhe um dossiê fotográfico das 193 escolas da zona rural. Segundo ela, 70% foram encontradas em situação igual à denunciada, mas a administração Cuidando de Nossa Gente vem tentando acabar com o problema.
“Você pode ver aqui nas fotografias que durante os quatro anos do chamado Codó para Todos, da gestão passada, ainda tem escolas que passaram os 4 anos deles com a pintura do governo de Ricardo Archer. Só pra se ter uma idéia do descaso que nós encontramos”, disse Ana Sena
Pelos dados apresentados, já foram feitas intervenções (reforma, ampliação ou construção) em mais de 60 delas. Em 1 ano e seis meses, o atual governo teria construído cerca de 50 novas salas de aula.
Especificamente para São José de Pinho, garantiu que uma escola nova está sendo concluída no povoado vizinho, Salobro da Cit, com três salas de aula, uma delas só para informática. A coordenação vai estudar a transferência dos alunos que cursa de 5ª à 8ª série de São José de Pinho para a nova escola.
“Com certeza a gene vai analisar a situação do povoado, a distância que vai ficar de São José de Pinho para Lagoa da Cit, e fazer o remanejamento desses alunos , de quinta à oitava série para a nova escola”, disse a coordenadora, desta feita, citando o povoado Lagoa da Cit como possível destino dos que podem ser transferidos.
Pré-escola
Quanto aos meninos da pré-escola Ana Maria Sena afirmou que carteiras seriam enviadas esta semana para São José. A escola, que funciona numa capela, onde hoje estudam os alunos de quinta à oitava série passaria a ser ocupada pelas crianças da educação infantil e ganharia uma reforma.
- De forma que não ficará da maneira encontrada pelo Ministério Público?
- De maneira alguma, nós já estamos solucionando o problema. O prefeito Zito já tinha autorizado a reforma da escola, com certeza as carteiras já estarão chegando lá na próxima semana, a gente ta solucionando o problema”, concluiu a coordenadora.
Saiba Mais
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.