CODÓ - Ontem (9), foi um dia interessante para quem acompanha de perto o caso do caminhão do grupo Figueiredo apreendido pela PM, no Km 17, em maio. O veículo estava cheio de medicamentos, material hospitalar, merenda e carteiras escolares.
A polícia civil entregou à uma comissão da atual administração municipal toda a carga que ficou, desde sua apreensão, numa sala reservada da delegacia de Codó. O delegado Zilmar Santana substituiu, na entrega, o regional Eduardo Galvão que preside o inquérito.
Devolução
Zilmar explicou que tratou-se, na verdade, de uma devolução ao erário público porque no decorrer das investigações descobriu-se que a carga que estava indo para Peritoró, escoltada pessoalmente pela ex-primeira dama, Eliane Figueiredo, e pelo filho, deputado estadual Camilo Figueiredo, pertence à prefeitura de Codó.
“O que foi feito aqui foi só a entrega da mercadoria ao representante da prefeitura por ter sido apurado no inquérito que a mercadoria pertencia à Prefeitura”, esclareceu o delegado
O processo corre sob segredo de Justiça, por isso as informações, mais recentes, que estão sendo publicadas em relação ao caso baseiam-se em afirmações feitas pela Procuradoria-Geral do Município que recebeu alguns ofícios da polícia civil solicitando a comprovação da autenticidade de alguns documentos que Biné Figueiredo apresentara no inquérito para justificar, por exemplo, que a carga pertencia à Fundação Projeto Comunitário Alimentar, presidida por Flora Maria Oliveira Reis.
O convênio
O ex-prefeito, Biné Figueiredo, apresentou à polícia um convênio de cooperação mútua celebrado entre o município de Codó e a Fundação Projeto Comunitário Alimentar, dia 16 de julho de 2008, quando ele ainda era prefeito. O convênio autorizava a fundação a distribuir medicamentos da Farmácia Básica na zona rural.
O delegado Eduardo Galvão pediu então à Procuradoria-Geral do Município, do atual governo, uma pesquisa nos arquivos da Prefeitura para que fosse encontrado o registro desse convênio apresentado por Biné. O procurador, Ricardo Torres, garante que nada foi encontrado.
“Nos arquivos da prefeitura, esse convênio não foi localizado. Não foi localizado sequer qualquer registro desse convênio e isso foi relatado para a delegacia”, disse Ricardo Torres.
Ficou claro
Como Biné Figueiredo, ouvido duas vezes na delegacia, alegou que existia o convênio ficou claro para o delegado que a mercadoria que iria para outro município num caminhão do pedetista, quase 5 meses depois do fim do governo dele, foi comprada com dinheiro público quando Biné era prefeito. Daí a dedução, óbvia, de que a carga pertence à prefeitura de Codó, o que justifica a ação da polícia de devolvê-la ao município.
Uma comissão da administração de Zito Rolim, formada por representantes das secretarias de Educação e Saúde, além de membros do almoxarifado e da Procuradoria-Geral do Município vai agora ver o que ainda pode ser utilizado. Coisas do tipo, verificar se a merenda escolar ainda tem validade.
“A comissão vai levar todo o material para a Cibrazem onde os técnicos da secretaria de saúde e da educação vão fazer uma triagem do material, separar o material que esteja vencido, separar material, eventualmente, inutilizados, para que este material seja levado à unidade de saúde e às unidades de educação”, frisou Torres
Os delegados nada revelam sobre quais serão os próximos atos do inquérito, nem se o mesmo já foi concluído. Mas é certo que o desenrolar do caso não anda bem para o ex-prefeito Biné Figueiredo, que, provavelmente, terá problemas quando o inquérito policial chegar às mãos do Ministério Público e da Justiça.
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