Vistoria

Crea constata falta de manutenção na barragem do Rio Flores

Acélio Trindade/Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 13h15

CODÓ - A barragem do Rio Flores, foi inaugurada em 1987. Sua capacidade é de 1 bilhão 414 milhões de metros cúbicos de água. Foi construída para a contenção de enchentes , inicialmente, só nos municípios de Pedreiras (e no que viria a ser depois Trizidela do Vale), Bacabal, São Luís Gonzaga do Maranhão e Arari. Todos banhados pelo rio Mearim, do qual o Flores é o afluente mais poderoso.

Ontem (16), o Conselho Regional de Arquitetura e Engenharia (Crea) enviou uma equipe formada por especialistas para analisar de perto as reais condições da barragem. Todos encerraram a tarde convictos de que existem alguns problemas.

Falta manutenção

Depois de verificar e fotografar pontos importantes para a vistoria, o engenheiro que assessora tecnicamente o Crea afirmou que a falta de manutenção, sobretudo nas comportas, é o principal problema.

“Com certeza absoluta certeza como você está vendo aqui, você é testemunha vendo a olho nu, de uma maneira macro, porém bem elucidativa, para detectar este alto grau de abandono. É como sempre venho batendo na mesma tecla, não tem manutenção, as autoridades quer seja municipal, estadual ou federal não primam por manutenção, tenho batido nisso, demais, nos meus relatórios”, garantiu Francisco José Albuquerque, engenheiro civil, especialista em segurança no trabalho, há quatro anos a frente do Conselho de Engenharia como assessor técnico do Crea.

Enchentes

Para ele e os demais, isso contribuiu para o agravamento das enchentes rio abaixo este ano. O que não teria acontecido se a liberação da água tivesse sido feita normalmente nos meses que antecederam o período chuvoso.“Por falta de operação deixaram que o lago enchesse até ficar sem a capacidade de reservação”, afirmou o especialista em barragens, projeto e execução, engenheiro Celísio Santiago Freire, que esteve a frente da construção da barragem do Flores na década de 80.

Problemas

Uma das comportas continua emperrada. Além disso, a fiscalização federal encontrou até possíveis infiltrações que colocam a barragem de contenção em risco, muito embora a hipótese de rompimento tenha sido descartada no momento.

“A imagem pode mostrar a diferença da água de montante, da água deslizante indicando que existem pequenos sangramentos, a gente chama de minadouros, prova de que há infiltração no leito da barragem. Inclusive observamos também a retirada de pedras do proteção, então ao longo do tempo isso pode vir a comprometer, mas no momento a gente descarta a questão de documento” , disse Lúcio Macedo, doutor em engenharia hidráulica/ consultor do Crea.

O relatório final, assinado por três especialistas, será entregue às autoridades responsáveis pela manutenção da barragem do rio Flores com as devidas orientações no sentido de evitar mais problemas. “O Crea vai apresentar este relatório para as autoridades e elas certamente irão seguir o aconselhamento do Crea que é restabelecer as condições de segurança dessa barragem, dessa e da barragem do Pericumã (em Pinheiro) e, provavelmente, da barragem do Bacanga”, concluiu o engenheiro Celísio Santiago Freire.

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