CODÓ - A crença de que a sexta-feira 13 é um dia de azar vem de muito antes do nascimento de Jesus Cristo, mas para os cristãos a principal ligação entre a origem e o que ainda hoje se crer vem da seguinte circunstância: Na última ceia estavam à mesa 13 pessoas, horas depois Jesus Cristo foi crucificado, exatamente, numa sexta-feira.
“Eu me escondo”
Ao longo dos séculos, as pessoas foram acrescentando à este fato as superstições. Hoje para o ajudante de pedreiro, Francisco Rodrigues, por exemplo, encontrar um gato preto na rua é razão para fugir. “sexta-feira 13 é o dia mais azarento pra todos, acordar e ver um gato preto dar azar. Eu me escondo pra não ver o gato”, afirmou Francisco.
7 anos de azar
Quem também pensa como o ajudante de pedreiro vai além. Se nesta sexta-feira, por acaso, quebrar um espelho passa a acreditar que terá sobre ele nada menos que 7 anos de azar. Passar por debaixo de uma escada então, nem pensar. Até o pedreiro, Francisco de Assis dos Santos, acostumado ao sobe e desce das escadas não ver problema com elas hoje, mas quando perguntamos o que ele faria se depois de passar por baixo da escada aparecesse um gato preto, respondeu: “Ah! Eu não sei o que seria não”, disse sorrindo.
Nos terreiros
Na cidade da Umbanda, e também do candomblé do pai de Santo Dilogum, encontramos posição contrária ao temor que a sexta-feira 13 espalha entre os cristãos. Ele afirma que o dia nada tem a ver com negatividade. Os trabalhos são direcionados à coisas positivas. “As orações também são feitas aqui dentro de olhos fechados, agora sempre para coisas positivas e tentando ajudar a vida dos outros”, disse pai Dilogum.
A crença de que se trata de um dia de azar não é geral. O representante comercial, José de Ribamar Costa, por exemplo, tem uma filha que nasceu dia 13 de agosto, mês, para os supersticiosos codoenses, carregado de coisas negativas. Ele discorda, afirma que só teve alegrias com a data. “Pra mim é um dia bom, igual a qualquer outro. Não foi numa sexta-feira, mas foi 13 e em agosto, geralmente as pessoas falam de agosto, mas até hoje nada tenho a dizer contra esse dia. Esse número nunca representou coisa negativa pra mim, só positivo”, disse com firmeza o representante.
“Medo, só de cobrador”
Saindo pelas ruas da cidade hoje, sexta-feira 13, você vai poder perceber que muita gente quase nem abre a porta com medo de concretizar seu temor, mas também vai encontrar pessoas como o professor João de Sousa Neto que leva tudo no maior bom humor, afinal cada um decide no que acreditar. “Eu tenho medo é de cobrador na sexta-feira 13, tenho pavor de cobrador hoje. Gato preto, espelho quebrado isso aí não existe não”, encerrou bem humorado o professor.
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