Política israelense

Netanyahu pede perdão presidencial durante julgamento por corrupção

Premiê afirma que processos afetam governo e provoca reação imediata da oposição.

Imirante.com

Presidente considera solicitação “extraordinária” enquanto caso segue para análise jurídica.
Presidente considera solicitação “extraordinária” enquanto caso segue para análise jurídica. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

ISRAEL - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, solicitou ao presidente Isaac Herzog um perdão referente aos processos de corrupção que enfrenta. Segundo o gabinete do premiê, a justificativa apresentada é que as ações judiciais em andamento comprometem sua capacidade de governar o país. A equipe de Netanyahu afirma que a concessão do indulto seria benéfica para a estabilidade nacional.

Netanyahu nega todas as acusações, que incluem suborno, fraude e quebra de confiança, e declara acreditar que seria absolvido caso o julgamento continuasse.

Reação da oposição e impacto institucional

O pedido provocou forte reação da oposição. Para o líder oposicionista Yair Lapid, um indulto só poderia ser considerado mediante admissão de culpa, demonstração de arrependimento e retirada de Netanyahu da vida política. O presidente Isaac Herzog classificou a solicitação como “extraordinária” e destacou que a análise do caso tem implicações significativas para o país.

A Presidência encaminhou o pedido ao departamento de indultos do Ministério da Justiça, responsável por avaliar formalmente se há base legal para a medida. Especialistas alertam que conceder perdão antes de uma sentença seria inédito em Israel e poderia fragilizar a credibilidade do sistema jurídico.

Contexto dos processos contra Netanyahu

O premiê responde a três casos distintos de corrupção, abertos em 2019, envolvendo acusações de fraude, suborno e abuso de confiança. Netanyahu é o primeiro chefe de governo em exercício a ser julgado criminalmente no país.

Em posicionamento oficial, ele afirma que o julgamento aprofunda divisões internas e compromete sua atuação em um momento considerado crítico para Israel. Netanyahu também argumenta que a obrigação de comparecer às audiências várias vezes por semana dificulta a administração das demandas do governo.

Possíveis desdobramentos políticos

Se o pedido for aceito, o julgamento pode ser encerrado antes do veredicto, o que abriria um precedente sem paralelo na política israelense. Grupos de defesa do Estado de Direito temem que a decisão afete a separação entre Justiça e governo. A avaliação do pedido deve intensificar as discussões internas sobre os limites do poder presidencial de conceder indultos.

Próximos passos do processo

O departamento de indultos do Ministério da Justiça analisará o pedido e emitirá um parecer sobre a viabilidade jurídica do indulto. A decisão final caberá ao presidente Isaac Herzog, que ainda não estabeleceu prazo para responder. Enquanto isso, o julgamento segue oficialmente em andamento, com novas audiências previstas.

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