Crise

Direção dos Correios aprova plano com demissões e fechamento de agências

Estatal aposta em recuperação financeira, consolidação do modelo e crescimento estratégico após 12 trimestres de prejuízos

Imirante.com

Atualizada em 21/11/2025 às 14h48
Depois de 12 trimestres consecutivos de prejuízos, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos aprovou, nesta quarta-feira (19), um plano de reestruturação.
Depois de 12 trimestres consecutivos de prejuízos, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos aprovou, nesta quarta-feira (19), um plano de reestruturação. (Foto: Divulgação)

BRASIL - Depois de 12 trimestres consecutivos de prejuízos, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos aprovou, nesta quarta-feira (19), um plano de reestruturação dos Correios para garantir liquidez e manter seu papel como operador nacional de logística. A proposta foi validada pelos conselhos da estatal e prevê medidas de impacto nos próximos meses.

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Eixos principais do plano

O plano de reestruturação dos Correios reúne três eixos centrais:

  • Recuperação financeira
  • Consolidação do modelo
  • Crescimento estratégico

Para alcançar essas metas, a empresa informou que deve concluir até o fim de novembro a captação de R$ 20 bilhões com um consórcio de bancos.

Medidas previstas

Nos próximos 12 meses, os Correios esperam implementar ações diretas, entre elas:

  • Programa de Demissão Voluntária e redução de custos com planos de saúde
  • Reestruturação da rede de atendimento, com possibilidade de eliminar até mil pontos deficitários
  • Modernização da operação e da infraestrutura tecnológica
  • Monetização de ativos e venda de imóveis, com potencial de arrecadação de R$ 1,5 bilhão
  • Expansão do portfólio para comércio eletrônico
  • Avaliação de fusões e aquisições para reconstruir a empresa a médio prazo.

Função pública mantida

Apesar dos cortes e mudanças, os Correios reafirmaram que a universalização dos serviços postais é “compromisso estratégico e social inegociável”. A estatal destacou que, mesmo com déficit líquido de R$ 4,5 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025, continua sendo o único operador capaz de atender todos os municípios do país, inclusive os de difícil acesso.

A capilaridade da rede, que garante a entrega de livros didáticos, insumos eleitorais e ajuda humanitária em emergências, é usada como argumento para justificar a manutenção da estatal com eficiência.

Riscos e próximos passos

A expectativa é que a execução do plano permita reduzir o déficit em 2026 e voltar a gerar lucro em 2027. No entanto, há riscos:

  • Dependência da captação de crédito no mercado
  • Venda de ativos em ambiente econômico incerto
  • Pressão por eficiência em setor altamente regulado
  • Concorrência de operadores externos com forte investimento


 

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