BRASÍLIA – A CPMI do INSS deve ouvir, nesta quinta-feira (25), às 9h, o depoimento de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”. Preso pela Polícia Federal em 12 de setembro, ele é apontado como um dos principais operadores do esquema de desvio de recursos destinados a aposentados e pensionistas.
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O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), destacou a relevância da oitiva.
“Trabalho com muita cautela e responsabilidade, porque em outra oportunidade ele confirmou presença e acabou não comparecendo. Desta vez, temos o compromisso do advogado, o desejo dele de participar, ainda que fique em silêncio, e a liberação do Supremo Tribunal Federal para ouvir aquele que é considerado o principal organizador de todo esse esquema criminoso”, declarou.
Além de ouvir o “Careca do INSS”, CPMI pode votar 30 requerimentos
Além do depoimento do “Careca do INSS”, a CPMI pode votar 30 requerimentos durante a sessão. Entre os principais estão a convocação de Rodrigo Moraes, apontado como sócio da empresa Arpar, suspeita de lavar parte do dinheiro desviado; a convocação de presidentes de confederações supostamente ligados ao esquema;
a solicitação de informações de entidades relacionadas às investigações; os requerimentos que pedem a prisão preventiva do advogado Nelson Wilians Fratoni Rodrigues; e o pedido de envio do Relatório de Inteligência Financeira do Coaf referente a esse advogado, abrangendo o período de 2019 a 2024.
Minuta de projeto de lei será apreciada na CPMI do INSS
Outro ponto de pauta é a votação da minuta de um projeto elaborado pela própria CPMI. A proposta prevê:
1. Reforço no controle sobre a concessão de benefícios do INSS.
2. Maior autonomia e independência das CPIs em relação à Polícia Judiciária e ao Ministério Público.
3. Obrigatoriedade de compartilhamento de provas e dados sigilosos quando requisitados.
4. Sanções para depoentes que deixarem de comparecer sem justificativa.
Entenda as investigações sobre esquema criminoso na CPMI
O esquema investigado pela CPMI envolve suspeitas de desvio bilionário dos cofres do INSS, com indícios de participação de empresas de fachada e intermediários responsáveis por ocultar a movimentação financeira. A atuação do grupo teria comprometido o pagamento de benefícios sociais e previdenciários, afetando diretamente aposentados e pensionistas em diversas regiões do país.
A expectativa dos parlamentares é que o depoimento do “Careca do INSS” ajude a esclarecer a estrutura hierárquica da organização criminosa e identifique novos nomes envolvidos no esquema. A comissão já avalia, inclusive, a possibilidade de encaminhar novas denúncias ao Ministério Público Federal após a oitiva desta quinta-feira.
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