Reação

Em entrevista ao Washington Post, Moraes diz que não vai recuar

Ministro do STF afirmou que não existe a "menor possibilidade de recuar" sobre o andamento das ações contra Bolsonaro, mesmo diante de sanções dos EUA.

Com informações de O Globo

Alexandre de Moraes concedeu entrevista ao Washington Post
Alexandre de Moraes concedeu entrevista ao Washington Post (Foto: Gustavo Moreno/STF)

BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou em entrevista ao Washington Post que não vai recuar diante das sanções impostas pelo governo do presidente americano, Donald Trump, com base na Lei Magnitsky. 

Ele falou sobre o andamento das ações sob a sua relatoria, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que o julgamento do político será técnico. 

"Não existe a menor possibilidade de recuar nem um milímetro". Disse o ministro, a em resposta às ações do governo de Donald Trump, que impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, revogou visto de autoridades brasileiras para entrada nos Estados Unidos e aplicou sanções contra o ministro por supostas violações de direitos humanos. 

O Washington Post descreveu Moraes como um "xerife da democracia", destacando sua atuação em decisões como a suspensão das operações da plataforma X no Brasil, devido ao descumprimento de ordens judiciais. A medida levou o bilionário Elon Musk, proprietário da rede, a chamar o ministro de "Darth Vader do Brasil". 

O jornal americano ouviu 12 pessoas próximas a Moraes, incluindo amigos e colegas. A maioria defendeu o ministro, afirmando que suas "medidas firmes ajudaram a preservar a democracia brasileira em um momento em que o autoritarismo cresce em todo o mundo". No entanto, alguns críticos argumentaram que ele se tornou "poderoso demais" e que seus "excessos" colocaram em risco a legitimidade do STF. Moraes rebateu, comparando o autoritarismo a uma "doença" que exige uma "vacina". "Não há como recuar daquilo que devemos fazer", disse.

E completou. "Digo isso com total tranquilidade."

A entrevista também abordou o início da trajetória de Moraes no combate à desinformação. Em 2019, o então presidente do STF, Dias Toffoli, fez um "pedido urgente" ao ministro para liderar uma investigação sobre fake news e discursos antidemocráticos, em meio a ataques à Corte, incluindo declarações de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente. Segundo o jornal, a abertura dessa apuração marcou uma "ruptura", já que o STF tradicionalmente não inicia investigações próprias. 

"Entendo que, para a cultura americana, é mais difícil compreender a fragilidade da democracia, porque lá nunca houve golpe", explicou Moraes. 

"Mas o Brasil teve anos de ditadura sob Getúlio Vargas, depois mais 20 anos de regime militar e inúmeras tentativas de golpe. Quando se é mais atacado por uma doença, você forma anticorpos mais fortes e busca uma vacina preventiva", completou.

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