BRASÍLIA - O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve fazer um discurso de convocação durante a abertura da cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), na próxima quarta-feira, em Honduras. O objetivo é articular unidade das nações desse eixo, numa ofensiva contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O petista avalia que há fragmentação dos países da América Latina no atual cenário, provocado sobretudo por uma suposta agenda negativa de Trump.
Lula acredita que as deportações de imigrantes ilegais e a implementação do tarifaço comercial, provocam instabilidade dos países latinos.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, é quem assumirá a presidência temporária da Celac, durante o evento. No discurso, Lula fará referência ao colombiano, e não citará o nome de Trump.
A informação é de que o Brasil levará a Honduras algumas propostas para discussão. Uma das sugestões diz respeito à indicação de um nome da região para disputar a secretaria-geral da ONU em 2026. O último latino-americano no cargo foi o peruano Javier Pérez de Cuéllar, de 1982 a 1991.
CIDH
Lula também mira a renovação dos membros da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). O petista quer evitar que CIDH fique com uma maioria de membros conservadores, em alguns casos, ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além de convocar os 33 países da organização (representados por chefes de Estado e governo, chanceleres e outras autoridades) para iniciar uma fase de maior integração e unidade em momentos desafiadores para todos, Lula promoverá a participação de todos em iniciativas como a Aliança Global contra a Fome e na COP30, onde o Brasil espera que a América Latina e, sobretudo, os países amazônicos, tenham uma voz unificada.
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A Celac, criada em 2010 como um espaço no qual, diferentemente da Organização dos Estados Americanos (OEA), os Estados Unidos não participam, é principalmente um foro de debate, no qual as declarações presidenciais e ministeriais são aprovadas por consenso. O problema hoje para o Brasil é justamente esse: a obrigatoriedade do consenso. E a principal pedra no sapato de qualquer busca de união na Celac é a Argentina de Javier Milei, que, desde que assumiu o poder, atua como porta-voz dos EUA.
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