BRASIL - Queimadas e incêndios florestais têm provocado o aumento nos atendimentos em saúde devido à exposição à fumaça, que contém gases tóxicos e partículas pequenas de fuligem. Para o atendimento correto, o Ministério da Saúde orienta qual unidade de saúde procurar ao surgimento dos sinais, seja na atenção primária, com sintomas leves, ou na atenção especializada, com casos mais graves.
Tosse seca e persistente, irritação e ardência nos olhos, nariz e garganta, coriza e dor de cabeça são sintomas mais leves e comuns após a inalação da fumaça e podem ser tratados nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Já casos mais graves, como falta de ar intensa, tosse persistente com secreção, chiado no peito, dificuldade ou dor ao respirar, febre alta e alterações do estado de consciência, como confusão mental, sonolência e desmaio, requerem atendimento especializado em hospitais com serviço de urgência e emergência ou Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), especialmente para pessoas com comorbidades. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) também pode oferecer as primeiras orientações e ações a serem realizadas nos casos de maior gravidade.
A atenção primária em saúde (APS) atua tanto na prevenção quanto no manejo de condições provocadas em algumas situações de emergência, como a exposição à fumaça tóxica de queimadas. As UBSs oferecem orientações sobre os riscos da exposição, cuidados contínuos e monitoramento da saúde dos pacientes.
O coordenador-geral de Saúde da Família e Comunidade da Secretaria de Atenção Primária (Saps), José Eudes Vieira, destaca o papel das equipes das unidades básicas nos atendimentos. “O Ministério da Saúde orienta que a Atenção Primária à Saúde é a porta de entrada do SUS. As equipes estão preparadas para avaliar, orientar e tratar os sintomas leves a moderados. Além disso, monitoram grupos de risco e encaminham os pacientes quando necessário. Cuide da sua saúde e busque o atendimento adequado, conforme a gravidade dos sintomas”, recomenda.
Em situações mais graves, como dificuldade para respirar (sensação de sufoco ou falta de ar), dor no peito ou febre é fundamental acionar um serviço de urgência e emergência, como o SAMU 192, UPA ou hospitais que contam com este tipo de serviço. Pessoas com comorbidades, como doenças respiratórias crônicas, hipertensão, diabetes, enfisema e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e aquela com comprometimento imunológico, além de crianças, idosos e gestantes, fazem parte dos grupos mais vulneráveis e devem redobrar a atenção, buscando atendimento imediato ao perceber qualquer agravamento dos sintomas.
Felipe Reque, coordenador-geral de Urgência da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (Saes), também orienta sobre a busca adequada dos serviços de saúde. "Devido aos efeitos da fumaça, a população deve estar atenta ao tipo de atendimento que procura. A busca por hospitais e UPAs deve ocorrer apenas em situações graves, contribuindo para a redução da superlotação e garantindo que os serviços de urgência estejam plenamente disponíveis para atender casos críticos e complexos”, explica Felipe.
Monitoramento
O Ministério da Saúde acionou a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) para atuar, juntamente à Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde, nos estados e municípios mais atingidos pelas fumaças dos incêndios e pela seca extrema. Além de monitorar a capacidade assistencial, serão elaborados planos de resposta em casos de emergência em saúde pública.
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