Maranhenses são resgatados de carvoaria em situação análoga à escravidão, no Pará
Os trabalhadores maranhenses foram encontrados alojados em barracões de lonas, bebiam água de córrego, não tinham banheiros, nem equipamentos de segurança.
PARÁ - Uma operação federal resgatou oito trabalhadores, sete homens e uma mulher, que estavam em condições análogas à escravidão em uma carvoaria localizada no município de Dom Eliseu, no nordeste do Pará. O resgate foi divulgado na quarta-feira (18) pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que atuou no caso junto com o Ministério do Trabalho e Emprego, a Defensoria Pública da União (DPU), a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), após denúncias.
Os trabalhadores, todos oriundos do estado do Maranhão, foram encontrados em situação degradante. Eles dormiam em barracos de madeira cobertos por lona e consumiam água de um córrego, que era filtrada ou utilizada diretamente de uma caixa d'água. Não havia banheiros no local, e as condições de higiene eram extremamente precárias.
Segundo o MPT, a fiscalização constatou que os trabalhadores enfrentavam jornadas excessivas, especialmente os carbonizadores, e não utilizavam equipamentos de proteção individual (EPI), como luvas e máscaras, mesmo lidando com a manipulação de madeira e a intensa fumaça dos fornos. Além disso, eles não possuíam carteira de trabalho assinada, o que os impedia de ter acesso a direitos básicos, como depósitos fundiários, 13º salário, férias e exames médicos.
O procurador do trabalho Maurel Selares informou que os oito trabalhadores receberam parte das verbas rescisórias e tiveram acesso ao seguro-desemprego. "Serão ajuizadas reclamações trabalhistas pela DPU e MPT para a obtenção das demais verbas dos trabalhadores. Não houve assinatura de termo de ajuste de conduta pelo empregador", afirmou.
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