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Girão aponta conivência do governo Lula com 'ditadura da Venezuela'

Senador também afirmou que Lula foi rápido em lamentar a morte de um líder político do Hamas, mas silenciou sobre as eleições da Venezuela.

Agência Senado

Girão criticou postura de Lula em relação às eleições na Venezuela
Girão criticou postura de Lula em relação às eleições na Venezuela (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

BRASÍLIA - O senador Eduardo Girão (Novo-CE), em pronunciamento nesta terça-feira (6), criticou a posição do governo brasileiro e do PT em relação às eleições na Venezuela. Ele condenou a reação do Brasil às denúncias de fraude no pleito e disse que o silêncio do presidente Lula indica conivência com regimes autoritários.

“O governo Lula foi rápido em lamentar a morte de um líder político do Hamas, mas, sobre as eleições venezuelanas, silêncio total; sobre as mortes na Venezuela, silêncio total; sobre as prisões na Venezuela por perseguição do regime chavista, do regime de [Nicolás] Maduro, silêncio total. Sabe o que isso demonstra para o mundo? Que o Brasil está, aparentemente, pela sua liderança maior, ao lado de terroristas e ditadores. É conivente com as barbaridades perpetradas por regimes totalitários. O silêncio do presidente Lula diz muito. O Brasil está passando pano para essa ditadura, claramente torcendo por ela”, disse.

Para Girão, a cobrança das atas eleitorais por parte do governo brasileiro não passa de "retórica vazia a justificar sua omissão, por pressão internacional", e o sinal mais evidente da fraude é a demora injustificável para tornar públicos esses documentos.

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O parlamentar criticou ainda uma nota divulgada pelo PT em que o partido elogia a democracia venezuelana e reconhece a vitória de Maduro. Ele também lamentou a postura do Brasil em se abster de votar a favor de resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA) que exigia transparência e divulgação das atas das eleições na Venezuela. 

“Eram necessários 18 votos. Votaram a favor 17 países, e, de forma irresponsável, o Brasil se absteve! O Brasil está com a mão cheia de sangue do povo venezuelano! Isso depois de uma nota indecente do PT elogiando a democracia na Venezuela e de o próprio presidente Lula declarar que não via nada de anormal. Está todo mundo vendo! É por isso que querem controlar nossas redes sociais! Todo esse sofrimento imposto pela ditadura aos nossos irmãos venezuelanos serviu pelo menos para que ficasse escancarada, para os brasileiros e para o mundo, a verdadeira face espúria de Lula, do PT e de seus aliados ao apoiarem, de maneira cínica, um dos ditadores mais corruptos e sangrentos da atualidade!”

Girão também chamou a atenção para a crise humanitária enfrentada pela população venezuelana. O parlamentar destacou que cerca de 7 milhões de venezuelanos já deixaram o país como refugiados. Ele afirmou que, após a morte de Chávez em 2013, Nicolás Maduro assumiu o poder e consolidou a ditadura por meio do controle total do Supremo Tribunal e da perseguição "implacável" aos opositores do regime.

O senador citou o caso de Maria Corina Machado, deputada federal eleita em 2010 e cassada pelo Supremo venezuelano em 2014, ficando inelegível por 15 anos por liderar a oposição e defender sanções internacionais contra o país.

"Chamamos a Maria Corina, no ano passado, para ser ouvida no Senado, na Comissão de Relações Exteriores. Sabem o que aconteceu? O regime não deixou ela viajar. Ela teve que participar por via remota. Em setembro de 2023, quando dessa audiência pública, ela teve a retenção do seu passaporte. Foi impedida de sair do país", lamentou.

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