BRASÍLIA - Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), os e-mails enviados pelos investigados por ameaçar a família do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mencionavam "comunismo" e "antipatriotismo".
Nesta sexta-feira (31/5), a Polícia Federal (PF) executou mandados contra dois acusados de ameaçar os familiares de Moraes. Foram efetuadas duas prisões, uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo, além do cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão nas mesmas cidades.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, declarou que a conduta “evidencia com clareza o intuito de, por meio das graves ameaças a familiares do ministro Alexandre de Moraes, restringir o livre exercício da função judiciária pelo magistrado do Supremo Tribunal Federal à frente das investigações relativas aos atos que culminaram na tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito em 8 de janeiro”.
Gonet ressaltou que há provas suficientes da existência do crime e indícios razoáveis de autoria, já discutidos, que ligam Raul Fonseca de Oliveira e Oliverino de Oliveira Júnior aos fatos.
“A gravidade das ameaças veiculadas, sua natureza violenta e os indícios de que há monitoramento da rotina das vítimas evidenciam, ainda, o perigo concreto de que a permanência dos investigados em liberdade põe em risco a garantia da ordem pública”, destacou em sua manifestação.
Conforme revelado pelo Metrópoles, os suspeitos enviaram e-mails aos parentes do ministro por cerca de uma semana, detalhando a rotina deles.
Um dos envolvidos é o fuzileiro naval Raul Fonseca de Oliveira, de 42 anos. Seu irmão, Oliverino de Oliveira Júnior, foi preso pela mesma situação em São Paulo (SP). Os mandados de prisão foram solicitados pela PGR.
Raul, que é segundo-sargento da Marinha da ativa, foi detido em sua residência, na região da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro (RJ), por uma equipe da PF. Integrantes da Marinha do Brasil também acompanharam o cumprimento dos mandados.
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