SOB SUSPEITA

Assessor de ministro é alvo de investigação de assédio moral

A conduta sob investigação trata de relatos de xingamentos e gritos com subordinados, demissão de funcionário em público e atos de humilhação.

Ipolítica

Ministério das comunicações
Ministério das comunicações (Reprodução)

BRASIL - A corregedoria do Ministério das Comunicações apura seis denúncias contra o chefe da assessoria de comunicação da pasta, Leonardo Liébana, por suspeita de assédio moral. A primeira denúncia foi apresentada em março deste ano.

A conduta sob investigação trata de relatos de xingamentos e gritos com subordinados, demissão de funcionário em público e atos de humilhação.

Liébana nega as acusações e afirma que assédio caracteriza-se por comportamentos abusivos reiterados, o que não se aplicaria ao caso pois chegou ao cargo em fevereiro e a primeira denúncia foi feita já em março. Ele diz haver uma "ação orquestrada" por uma minoria insatisfeita com a nova gestão.

O chefe da comunicação ocupa um cargo comissionado da pasta e foi escolhido pelo ministro Juscelino Filho. Os funcionários da assessoria são contratados pela FSB, agência de comunicação que atende a pasta.

Antes de ir para o Ministério das Comunicações, Liébana chefiava a comunicação digital da Assembleia Legislativa de São Paulo. Ele também foi chefe da assessoria de comunicação da Prefeitura de Votuporanga (SP).

No fim de fevereiro, em uma reunião com a equipe de mídias digitais, Liébana se queixou do trabalho realizado pelo grupo sobre uma viagem do ministro para Barcelona, na Espanha, que acontecia naquele momento.

Diante da reclamação, um dos funcionários respondeu dizendo que Liébana estava acostumado com a comunicação de prefeitura e que ele teria uma visão diferente da situação. Para mudar essa visão, o funcionário sugeriu uma reunião com a FSB.

Na frente do grupo, o assessor demitiu o funcionário. Em seguida, Liébana atacou a equipe com voz exaltada.

"Três, quatro horas para me entregar, com todo o respeito, um vídeo de merda? Que estava aqui dentro nas redes do ministro? Aquilo lá qualquer um faz (...) Agora, porra, eu tenho 9 pessoas pra fazer um vídeo!(...) Não teve nada de conteúdo na rede ontem. E vocês não deram conta? Porra! Estão brincando de trabalhar aqui dentro, gente?", exclamou.

"Qualquer prefeiturinha de 50 mil habitantes faz melhor do que vocês fazem com a metade da equipe, porra! (...) Porque vocês não estão ouvindo, porque eu tomei uma porra do esporro ontem do ministro, que eu nunca tinha tomado. (...) Vamos parar de brincar, de trabalhar, eu não tô aqui pra ensinar ninguém, eu não sou professor. O ministro tá na maior missão dele. E as nossas redes tão na merda. Agora, eu preciso falar o que eu preciso fazer? Porra! (...) Isso é falta de comprometimento (...) Entrega um vídeo que se foda?", continuou.

O comportamento do assessor do ministro no encontro é o mesmo de outras interações, públicas ou privadas, com subordinados, segundo relataram alguns funcionários na condição de anonimato por temor de retaliações. Eles descrevem um clima pesado na unidades desde a chegada do assessor do ministro.

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