Calamidade

Situação do Rio Grande do Sul é prioridade absoluta do Congresso, diz Pacheco

Presidente do Congresso Nacional afirmou que soluções para o Rio Grande do Sul não podem “esbarrar em burocracia”.

Agência Senado

Rodrigo Pachecho quer celeridade nas ações em favor do RS
Rodrigo Pachecho quer celeridade nas ações em favor do RS (Pedro Gontijo/Senado Federal)

BRASÍLIA - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou nesta segunda-feira (5) medidas que serão tomadas pelo Congresso para auxiliar o Rio Grande do Sul na situação de calamidade causada pela chuva e pelas enchentes em mais de 300 municípios do estado. Entre elas, está a criação de uma comissão temporária dedicada ao tema. Para Pacheco, a situação é sem precedentes no Brasil e as soluções não podem “esbarrar em burocracia”.

"Essa passa a ser uma prioridade absoluta do parlamento brasileiro, do Senado Federal, de buscarmos as medidas mitigadoras dessa lamentável tragédia que o Rio Grande do Sul sofre. As vidas humanas são irrecuperáveis ​​e por isso nossa manifestação de sentimentos a todas as famílias que sofreram com seus entes queridos. No mais, é possível remediar e minimizar, reconstruir o estado, devolver a dignidade ao povo do Rio Grande do Sul com medidas que eu espero que sejam ágeis, que sejam inteligentes e eficazes para resolver esse problema", disse Pacheco durante entrevista coletiva.

Pacheco fez parte da comitiva que viajou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sobrevoar as áreas atingidas no fim de semana. Nesta segunda-feira, ele informou ter conversado pela manhã com o presidente Lula e à tarde com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, para estudar o que pode ser feito pelo Congresso para auxiliar o estado. Mais tarde, Pacheco deve participar de uma reunião sobre o tema no Palácio do Planalto. O momento, de acordo com ele, é de centralidade de iniciativas entre Legislativo, Executivo federal e Executivo estadual.

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Comissão

A medida imediata adotada por Pacheco é a criação de uma comissão temporária externa formada por oito senadores, entre eles os três representantes do Rio Grande do Sul — Paulo Paim (PT-RS), Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Ireneu Orth (PP-RS). A intenção é fazer o acompanhamento de todas as iniciativas dos Executivos estadual e federal e também das proposições sobre o tema.

“É preciso centralizar também as iniciativas legislativas, porque há muitas medidas que precisam ser estudadas: a própria viabilização de recursos ao Rio Grande do Sul e aos municípios [gaúchos], a forma orçamentária de fazê-lo para não esbarrar em limitações que são impostas em regimes de normalidade e isso não ser aplicado no momento de exceção como dessa tragédia. Eu disse ontem que a atipicidade dessa situação do Rio Grande do Sul impõe, também, medidas excepcionais e atípicas”.

Como exemplo dessas iniciativas, o presidente do Senado citou a possibilidade de auxílio emergencial, além da suspensão do pagamento de obrigações do estado com a União. Pacheco lembrou as medidas usadas durante a pandemia de covid-19, apelidadas de “pacote de guerra”, para permitir agilidade nos recursos no momento de excepcionalidade.

Outra providência adotada nesta segunda-feira foi a reunião entre as consultorias das duas Casas legislativas para identificar as proposições legislativas que podem ser viabilizadas.  Em 2023, também por ocasião do excesso de chuva, o Congresso já havia aprovado um projeto de decreto legislativo de estado de calamidade pública naquela unidade da federação. O decreto permanece válido até dezembro de 2024, por isso, poderá ser útil no auxílio ao estado.

Comoção

Ao lado de Pacheco, o senador Paim relatou o drama vivido no estado. Ele registrou o trabalho de cidadãos voluntários para tentar salvar as vítimas. Emocionado, o senador afirmou que os bombeiros, a pedido de alguns pais, salvam primeiro os filhos e quando retornam não há mais como resgatar quem sobrou. Muitas crianças estão desamparadas [e órfãs].

"Eu tenho 74 anos e nunca vi uma situação semelhante a essa (...). É algo que nós nunca vimos, nunca pensamos ou imaginamos que iríamos ter uma situação como essa, por isso nós precisamos do Brasil, precisamos do Congresso, precisamos do apoio e da solidariedade de todos. A situação é desesperadora, falta tudo", lamentou Paim.

Também na coletiva, o senador Mourão mostrou preocupação com doenças causadas pela água suja, como é o caso da leptospirose.  O senador calcula que a recuperação deve levar meses e depois será necessário um projeto para mitigar futuras emergências climáticas como a atual.

“Ao decidir pela criação dessa comissão externa, o presidente Rodrigo Pacheco está dando um passo decisivo para que o Legislativo cumpra o seu trabalho de auxiliar o Executivo nas medidas necessárias e também fiscalizar a sua execução. O povo gaúcho é forte, o povo gaúcho é resistente, mas nós precisamos do apoio do Brasil”.

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