Gravações

Vídeos obtidos pela PF foram usados como prova contra Bolsonaro

Bolsonaro chegou a falar em guerrilha em um dos vídeos; em outro ele fala em fraude no processo eleitoral e conclama aliados.

Ipolítica, com informações do g1

Bolsonaro falou em agir antes da eleição para evitar uma suposta fraude eleitoral
Bolsonaro falou em agir antes da eleição para evitar uma suposta fraude eleitoral (Reprodução Globonews)

BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) utilizou como provas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para conseguir os pedidos de busca e apreensão, vídeos em que ele ataca o sistema eleitoral do país e convoca aliados para o confronto contra a esquerda. 

Em um dos vídeos Bolsonaro fala a ministros que é necessário agir antes das eleições para que o país não fosse transformado numa “grande guerrilha”. Para a PF, o conteúdo dos vídeos contém indícios de tentativa de golpe de Estado. A defesa do ex-presidente rechaça a tese. 

Em uma das gravações, Bolsonaro está reunido com toda a cúpula do governo. O vídeo uma das peças que embasaram a operação da PF contra militares e ex-ministros suspeitos de participarem de uma tentativa de golpe de Estado.

A PF encontrou o vídeo no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Cid firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal, já homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Segundo a PF, na reunião, o então presidente ordenou a disseminação de informações fraudulentas para tentar reverter a situação na disputa eleitoral.

"Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições", disse. 

As supostas fraudes eleitorais alegadas por Bolsonaro ao longo de quatro anos de mandato não foram comprovadas até o momento. 

Em outro ponto da reunião, Bolsonaro propõe que os presentes participassem da redação de um documento que afirmasse ser impossível “definir a lisura das eleições” e incluísse elementos externos, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

"Nós não podemos, pessoal, deixar chegar as eleições e acontecer o que está pintado, está pintado. Eu parei de falar em voto imp... e eleições há umas três semanas. Vocês estão vendo agora que... eu acho que chegaram à conclusão. A gente vai ter que fazer alguma coisa antes", pontuou

Em nota divulgada na quinta, a OAB diz que "nunca foi procurada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ou seus interlocutores para a finalidade mencionada".

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