INVESTIGAÇÃO

ABIN está sendo investigada por crimes que beneficiaram Jair Bolsonaro

Ao todo, sete agentes da Policia Federal foram alvos da ação e já estão afastados dos cargos públicos que ocupavam.

Kailane Nunes

Atualizada em 25/01/2024 às 16h57
Polícia Federal investiga Jair Bolsonaro e Alexandre Ramagem
Polícia Federal investiga Jair Bolsonaro e Alexandre Ramagem (Reprodução)

BRASÍLIA - Uma organização criminosa que fazia parte da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) está sendo investigada pela Polícia Federal por monitorar ilegalmente e beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus familiares. As investigações apontam que o grupo usava a localização de celulares sem autorização judicial. 

Os envolvidos podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Ao todo, sete policiais federais são alvos da ação e foram afastados dos cargos públicos. Foram expedidos mandados de busca e apreensão, incluindo contra Alex Ramagem, ex-diretor da agência na época em que o crime teria acontecido. 

Segundo a PF, as provas obtidas a partir das diligências na época indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilegais, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal.

Segundo a ABIN, o órgão não tem favoritismo a partido e nem político, além de não ser responsável pela condução de investigações criminais. 

"A ABIN tem por missão assegurar que o Executivo Federal tenha acesso a conhecimentos relativos à segurança do Estado e da sociedade, como os que envolvem defesa externa, relações exteriores, segurança interna, desenvolvimento socioeconômico e desenvolvimento científico-tecnológico", pontuou o órgão. 

Na época em que teria usado ilegalmente um software espião, a Abin estava sob o comando de Alexandre Ramagem e estava vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI)

"Os policiais federais que atuavam na Abin, sob a direção de Alexandre Ramagem, utilizaram das ferramentas e serviços da ABIN para serviços e contrainteligência ilícitos e para interferir em diversas investigações da Polícia Federal, como por exemplo, para tentar fazer prova a favor de Renan Bolsonaro, filho do então Presidente Jair Bolsonaro", pontuou Alexandre de Moraes. 

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