BRASÍLIA - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) requisitou à Polícia Federal (PF) uma investigação sobre a suposta filiação fraudulenta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Partido Liberal (PL), que foi derrotado nas eleições de 2022, com Jair Bolsonaro como candidato.
Conforme os registros do TSE, consta que Lula se filiou ao PL em 15 de julho de 2023, segundo a certidão que apresenta seu histórico partidário. Entretanto, a filiação anterior do presidente ao Partido dos Trabalhadores (PT) de São Bernardo do Campo, datada de 1981, aparece como "desfiliado" nessa mesma certidão.
A revelação sobre a filiação falsa de Lula ao PL e a solicitação de investigação foram divulgadas pelo jornal O Globo e confirmadas pela CNN.
Em comunicado, o TSE declarou que existem "claros indícios de falsidade ideológica" e anulou a mudança de partido, além de requisitar à PF a abertura de um inquérito policial.
Conforme apurado pela CNN, o tribunal já entrou em contato com a PF sobre o caso, embora a notificação oficial ainda não tenha sido formalizada.
As medidas foram adotadas pelo presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes, na noite de quarta-feira (10).
“Torno sem efeito a informação sobre a filiação do Presidente da República aos quadros do PL, considerando o fato notório de que é integrante do Partido dos Trabalhadores”, afirmou o magistrado em sua decisão.
Moraes também cancelou o cadastro utilizado para efetuar a inserção de Lula no PL.
Segundo o TSE, a senha utilizada para formalizar a filiação do presidente é vinculada a Daniela Leite Aguiar, advogada do PL.
A Corte exclui a possibilidade de ataque ao sistema ou falha na programação, esclarecendo que o Filia funcionou normalmente.
A CNN não conseguiu contato com a advogada Daniela Leite Aguiar, e o espaço permanece aberto para esclarecimentos.
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