Parecer jurídico

Ministério dos Povos Indígenas pede veto de projeto do marco temporal

O presidente Lula tem até 20 de outubro para decidir sobre o tema.

Gésio Passos / Agência Brasil

Atualizada em 11/10/2023 às 22h07
Para o ministério dos Povos Indígenas, o projeto de lei é um conjunto disforme e sem vínculo lógico.
Para o ministério dos Povos Indígenas, o projeto de lei é um conjunto disforme e sem vínculo lógico. (Antônio Cruz / Agência Brasil)

BRASÍLIA - O Ministério dos Povos Indígenas pede veto integral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei que estabelece o marco temporal para demarcações de terras indígenas.

Parecer jurídico do órgão foi enviado à presidência da República atestando a inconstitucionalidade do projeto aprovado pelo Congresso, que além do marco temporal, impõe outros dispositivos que afetam o direito dos povos indígenas. O Supremo Tribunal Federal já havia invalidado a tese do marco temporal no fim de setembro.

Para o ministério, o projeto de lei é um conjunto disforme e sem vínculo lógico, que só contribui para tumultuar o regramento do direito de posse indígena.

O parecer jurídico também contesta a forma que o projeto de lei trata o contato dos povos isolados, a possibilidade de exploração econômica das terras indígenas por terceiros, a perda de território por alegada aculturação e o cultivo de alimentos transgênicos.

De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, o Projeto vai na contramão das conversas globais de proteção do meio ambiente e de enfrentamento à crise climática encabeçada pelo presidente Lula.

O presidente tem até o dia 20 de outubro para sancionar ou vetar o projeto aprovado na Câmara. O veto pode ser integral ou apenas em alguns trechos da proposta.

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