Saúde

Mais de 15 milhões de brasileiros sofrem com doenças reumáticas

Tema é discutido no Congresso Brasileiro de Reumatologia em Goiânia.

Imirante com informações da Agência Brasil

Entre as condições mais comuns estão a osteoartrite, a artrite reumatoide e a fibromialgia.
Entre as condições mais comuns estão a osteoartrite, a artrite reumatoide e a fibromialgia. (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

BRASIL - As doenças reumáticas representam um desafio significativo para a saúde pública no Brasil. Estima-se que mais de 15% da população brasileira sofra com algum tipo de doença reumática, o que equivale a cerca de 30 milhões de pessoas. Entre as condições mais comuns estão a osteoartrite, a artrite reumatoide e a fibromialgia. Essas doenças reumáticas não apenas causam dor e desconforto, mas também podem levar a limitações funcionais, impactando a qualidade de vida dos pacientes.

De acordo com a jornalista Mariana Felipe de Oliveira, de 29 anos, procurar informações sobre doenças reumáticas é essencial. “Eu não tive limitações graves porque eu descobri muito no início. Quando eu comecei a sentir as dores eu fui ao ortopedista, que não me deu o diagnóstico correto. Depois, por outro médico, eu descobri que poderia ser uma doença autoimune por conta de uma inflamação na sacroilíaca, que é uma articulação perto do cóccix. Ele me explicou que essa inflamação era muito característica de um tipo de doença autoimune que é a espondilite anquilosante. E aí sim, eu procurei uma reumatologista, fiz os exames e fui diagnosticada”,comentou a jornalista.

Além disso, as doenças reumáticas impõem um ônus significativo no sistema de saúde do país, devido aos altos custos associados ao tratamento e reabilitação dos pacientes. A falta de acesso a tratamentos adequados e a demora no diagnóstico são desafios adicionais enfrentados pelos pacientes no Brasil. Portanto, é fundamental promover a conscientização sobre as doenças reumáticas, investir em pesquisa e educação médica continuada, e garantir o acesso equitativo a tratamentos eficazes para aliviar o sofrimento dos pacientes e reduzir o impacto socioeconômico dessas condições no país.

Entre as doenças reumáticas mais comuns estão a osteoartrite [mais conhecida como artrose], fibromialgia, osteoporose, gota, tendinite, bursite e artrite reumatoide. Segundo o médico Rafael Navarrete, presidente do Congresso Brasileiro de Reumatologia, a doença reumática mais frequente é a artrose. “Também está chegando numa incidência muito elevada a fibromialgia e algumas doenças inflamatórias, como a lombalgia, que é a segunda causa para se procurar médicos no mundo, só perdendo para a cefaleia”.

Segundo a médica reumatologista Camila Guimarães, presidente da Sociedade Goiana de Reumatologia, o diagnóstico da maioria das doenças reumatológicas é feito de maneira clínica. “A gente precisa de um bom exame físico para que a doença seja diagnosticada. É claro que a gente conta com exames laboratoriais, exames radiográficos mas são exames complementares. Não existe um exame que isoladamente faça o diagnóstico das doenças reumatológicas”.

No geral, as pessoas costumam pensar que as doenças reumáticas só ocorrem em idosos, mas Mariana é um exemplo de que elas podem atingir também pessoas mais jovens. “É importante salientar que as doenças reumáticas não acometem somente pessoas idosas, mas de qualquer faixa etária”, destacou Navarrete.

Importância do diagnóstico precoce

Segundo o reumatologista Nilzio Antonio da Silva, as pessoas costumam procurar o médico reumatologista só quando sentem dores. “Na maioria das vezes, a pessoa recorre ao reumatologista com dor no aparelho locomotor, ou seja, dor na articulação, dor muscular ou dor na coluna”, disse. Mas há outros sintomas característicos de doenças reumáticas, como alterações na pele ou inflamação ocular.

Há também doenças reumáticas que podem progredir de forma silenciosa, como a osteoporose. E, se há demora no diagnóstico, o tratamento para a doença pode ficar prejudicado. Por isso, é importante que se busque um médico o quanto antes. “Quanto antes a gente diagnostica, antes a gente intervém e muda a evolução da doença. Por isso, tendo algum sintoma do músculo esquelético, é importante procurar um reumatologista”, disse o reumatologista José Eduardo Martinez, que integra a Comissão de Dor, Fibromialgia e Outras Síndromes Dolorosas de Partes Moles da Sociedade Brasileira de Reumatologia.

Nesta semana, o Congresso aprovou uma projeto de lei que regulamenta o tratamento de fibromialgia e fadiga crônica pelo SUS. Se for sancionado, será legalmente constituído o direito de as pessoas com essas doenças receberem atendimento integral pelo SUS, o que incluiria tratamento multidisciplinar nas áreas de medicina, psicologia e fisioterapia e acesso a exames complementares e a terapias reconhecidas, entre elas fisioterapia e atividade física. Esses atendimentos, informou a Agência Senado, já estão previstos em portaria do Ministério da Saúde de 2012.

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