Projeto de Lei

Projeto que extingue saída temporária de presos é adiado

Além de extinguir o benefício da saída temporária, o projeto estabelece regras para o uso de tornozeleiras eletrônicas.

Imirante.com, com informações da agência Senado

Uso da tornozeleira eltrônica também está no projeto de lei.
Uso da tornozeleira eltrônica também está no projeto de lei. (Foto: Reprodução / Agência Senado)

BRASIL  - A Comissão de Segurança Pública (CSP) adiou, nessa terça-feira (26), a votação do projeto de lei (PL 2.253/2022) que acaba com a saída temporária de presos.

Hoje, é possível que condenados saiam dos presídios em datas comemorativas como Natal, Ano Novo, Dia de Finados e Dias dos Pais, a depender de como se organiza a unidade prisional. A garantia da saída autorizada está prevista na Lei de Execuções Penais e foi elaborada para ajudar na ressocialização dos detentos que cumprem pena em regime semiaberto e não cometeram crimes hediondos com morte. 

Além de extinguir o benefício da saída temporária, o projeto estabelece regras para o uso de tornozeleiras eletrônicas e obrigatoriedade da realização do exame criminológico para progressão de regime, que deve ser comprovado pelo diretor do estabelecimento. 

O relator da matéria, senador Flávio Bolsonaro, do PL do Rio de Janeiro, afirmou que a revogação da saída temporária vai reduzir a criminalidade. 

"A revogação do benefício da saída temporária, da mesma forma, é medida necessária e que certamente contribuirá para reduzir a criminalidade. São recorrentes os casos de presos detidos por cometerem infrações penais durante as saídas temporárias. Vimos aqui casos específicos de São Paulo e Paraná. É necessário compreender que o nosso sistema carcerário, infelizmente, encontra-se superlotado e, em muitos Estados, com instalações precárias, o que impede a devida ressocialização dos presos", disse o senador.

O projeto também estabelece que o exame criminológico seja obrigatório para todos os casos. O exame leva em conta a personalidade, comportamento e características pessoais dos presos para identificar se podem progredir de regime. Contrária ao projeto, a representante do Conselho Federal de Psicologia, Alessandra Almeida, condenou a obrigatoriedade do laudo. Em sua visão, essa forma de avaliar o condenado é precária porque não considera as complexidades sociais que os indivíduos estão inseridos. E traçar um padrão de personalidade, nessas situações, é problemático.

O projeto retorna à pauta da Comissão de Segurança Pública na próxima reunião. Sob a supervisão de Maurício de Santi, da Rádio Senado, Luiz Felipe Liazibra.

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