Sem fim

STF prorroga inquérito das ‘milícias digitais’ por mais 90 dias

Despacho de prorrogação é do ministro Alexandre de Moraes.

Agência STF

Moraes apontou que ainda existem diligências em andamento
Moraes apontou que ainda existem diligências em andamento (Pedro Peduzzi / Agência Brasil)

BRASÍLIA - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 90 dias o Inquérito (INQ) 4874, que apura condutas praticadas pelas chamadas “milícias digitais antidemocráticas”.

No despacho, o ministro levou em consideração a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento. Esta foi a oitava prorrogação de prazo paras as investigações.

A investigação foi iniciada a partir de indícios e provas da existência de uma organização criminosa, com forte atuação digital, que se articularia em diversos núcleos – político, de produção, de publicação e de financiamento –, com a finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Democrático de Direito.

Foi a partir deste inquérito que outras três investigações surgiram: a da venda de presentes oficiais no exterior, como joias e relógios dados pela Arábia Saudita; a da falsificação de registros de vacinação contra a Covid-19; e a de trocas de mensagens de teor golpista.

A recém-homologada delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro na Presidência, também está ligada ao inquérito das milícias digitais. A expectativa é que Cid contribua com informações para as três frentes de investigação, em especial sobre a suposta trama antidemocrática. Foi no celular de Cid que a Polícia Federal encontrou mensagens que continham um “passo a passo” para um golpe de Estado, como uma minuta de declaração de estado de sítio no país.

O ex-ajudante de ordens, que é tenente-coronel do Exército, prestou ao menos três depoimentos à PF no último mês, desde que passou a colaborar com as investigações. Parte das diligências em andamento que justificaram a prorrogação do prazo do inquérito está relacionada às informações dadas por Cid aos policiais. O acordo de delação foi firmado com a PF e homologado por Moraes no último dia 9. Após a homologação, o oficial, que estava preso havia quatro meses, foi solto.

Leia a íntegra do despacho.

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