BRASÍLIA - O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o seu adversário, ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), estava envolvido num suposto “golpe” - como sugere retórica utilizada por partidos de esquerda e parte da mídia -, contra a nação, após perder a eleição de 2022.
O posicionamento de Lula ocorre depois da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que teve a sua prisão revogada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
"Eu acho que ele tá altamente comprometido. A cada dia vai aparecendo as coisas, e a cada dia nós vamos ter certeza de que havia a perspectiva de golpe e que o ex-presidente estava envolvido nela até os dentes", disse Lula em entrevista coletiva.
Questionado sobre os detalhes da delação premiada, o petista afirmou que não daria palpite, por não saber o conteúdo do depoimento colhido pela Polícia Federal.
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"Não sei o que está lá. Só sabe o delegado que ouviu e o coronel que prestou depoimento. O resto é especulação", disse, admitindo que ele próprio pode estar especulando sobre o caso.
Lula também afirmou que que Bolsonaro estava preocupado em "vender as joias" e que o ex-presidente é "responsável por parte das coisas ruins que aconteceram" no Brasil.
"É isso que vai ficar claro, o tempo vai se encarregar. A única chance que ele tinha de não participar disso é quando ele estava preocupado em vender as joias", pontuou.
Delação
A delação oferecida a Mauro Cid como um acordo para que ele deixasse a prisão está ligada ao inquérito das milícias digitais e a todas as investigações conexas, como a apuração sobre a venda de presentes oficiais recebidos pelo governo Bolsonaro.
Em relação ao inquérito das milícias digitais, a PF investiga a suposta existência de uma organização criminosa que teria a finalidade de atentar contra o Estado Democrático de Direito.
Cid foi preso em maio deste ano, durante uma operação da PF para investigar a inserção de dados falsos de vacinação no sistema do SUS e emissão de certificados de imunização contra a Covid-19.
Após o acordo de delação ser homologado, Cid teve a liberdade provisória concedida pelo STF. Ele deixou a prisão ainda no sábado e deve usar tornozeleira eletrônica.
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