'Conselhão'

Lula põe Anielle Franco e Carlos Lupi em conselho de metalúrgica com ‘jeton’ de até R$ 36 mil

Participação em conselho garante remuneração adicional de pelo menos R$ 36,1 mil por conselheiro; Anielle e Lupi já têm salários de R$ 41.650,92 por serem ministros.

Ipolítica, com informações do Estadão

Anielle Franco é ministra de Igualdade Racial
Anielle Franco é ministra de Igualdade Racial (Divulgação)

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu efetivar Anielle Franco, da pasta de Igualdade Racial e Carlos Lupi, da Previdência Social, no conselho de administração da Tupy, metalúrgica multinacional da qual o governo tem participação de cerca de 28%.

Anielle e Lupi vão substituir Carla Gaspar Primavera e Fabio Rego Pinheiro, dois técnicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

Eles haviam renunciado no mesmo dia em que os ministros foram indicados. O presidente do BNDES é Aloizio Mercadante, ex-ministro de Dilma Rousseff (PT).

Com o ingresso no conselho, os ministro terão turbinados os seus salários mensais. Isso porque, além de receber recursos pelo trabalho desenvolvido nos ministérios, há o bônus por participação em conselhos de administração do governo.

A atual composição do conselho da Tupy tem nove membros. Conforme documentos da assembleia geral de abril, a empresa reservou R$ 3.900.486,68 para salários dos conselheiros de administração no período de um ano. Portanto, por mês, cada um deles pode receber até R$ 36,1 mil. O valor se soma integralmente aos R$ 41.650,92 que Anielle e Lupi recebem como ministros.

A remuneração no conselho da empresa pode ser ainda maior caso haja participação em comitês, atividade para a qual a empresa reservou mais R$ 1.652.000,40 no ano. 

Leia também: Dino tem recorde de voos em jatos da FAB no governo Lula

Sem transparência

O presidente do conselho recebe mais do que os demais membros e não há informações sobre como os R$ 5,7 milhões, ao todo, são repartidos nem sobre o volume de reuniões mensais. Falta, portanto, transparência. 

A empresa foi procurada pela reportagem para esclarecer esses pontos e limitou-se a informar que “não compartilha publicamente a remuneração de seus conselheiros de forma individual”.

Embora a indicação de integrantes de conselho dependa de uma decisão política da cúpula do Palácio do Planalto, a indicação dos ministros para a Tupy, formalmente, compete à BNDESPar, empresa de participações do BNDES que tem 28,2% da companhia. Em seguida, os nomes são submetidos a uma votação no conselho da empresa.

Sete conselheiros participaram da reunião que validou a participação de Anielle e Lupi na sexta. Quatro foram favoráveis à entrada dos ministros e três se abstiveram de votar. Com a maioria, os nomes de Anielle Franco e Carlos Lupi foram aprovados.

Saiba Mais

Carlos Lupi é dirigente do PDT, partido que presidia desde 2004. Ele deixou formalmente a presidência da sigla porque a função de ministro de Estado exige o afastamento. Como qualificação acadêmica, declarou ser formado em Administração com licenciatura plena em Administração, Economia e Contabilidade pela Faculdade do Centro Educacional de Niterói.

Anielle Franco informou ser bacharel em Jornalismo e Inglês pela Universidade Central da Carolina do Norte e licenciada em Inglês pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). A ministra é irmã da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada no Rio de Janeiro em 2018. Embora pretendida pelo PT, ela não é filiada a partido político.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.