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CPI ouve fundadores de empresa acusada de pirâmide financeira

A empresa, fundada em 2018, "promovia a ideia de um robô de arbitragem chamado 'Quantum' que supostamente garantia lucros por meio da compra e venda automática de Bitcoin em diferentes corretoras"

Agência Câmara

Esquema investigado pela CPI usava bitcoins para aplicar golpe da pirâmide financeira
Esquema investigado pela CPI usava bitcoins para aplicar golpe da pirâmide financeira (Michael Wensch / Domínio Público)

BRASÍLIA - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras reúne-se nesta terça-feira (15) para ouvir os fundadores da Atlas Quantum [que movimentava bitcoin], Rodrigo Marques dos Santos e Fabricio Spiazzi Sanfelice.

"Notícias apontam que a Atlas Quantum teria atraído milhares de vítimas com a promessa de altos retornos por meio de um suposto robô de arbitragem", afirma o deputado Caio Vianna (PSD-RJ), que pediu a realização do debate.

"As denúncias e investigações revelaram que a empresa operava como uma pirâmide financeira, causando prejuízos estimados entre R$ 5 bilhões e R$ 7 bilhões para cerca de 200 mil pessoas no Brasil e em outros 50 países", acrescenta Vianna.

A empresa, fundada em 2018, "promovia a ideia de um robô de arbitragem chamado 'Quantum' que supostamente garantia lucros por meio da compra e venda automática de Bitcoin em diferentes corretoras", explica o parlamentar. "No entanto, essa promessa teria se revelado falsa e enganosa."

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Em 2019, a empresa passou a ser investigada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que determinou a suspensão da oferta do seu produto. A Atlas Quantum interrompeu os pagamentos aos investidores, resultando em uma enxurrada de processos judiciais em todo o País.

Também foram convidados a depor na CPI alguns artistas que fizeram propaganda para a empresa: Cauã Reymond, Tatá Werneck e Marcelo Tristão. O deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) afirma que os artistas são amplamente reconhecidos e que as campanhas publicitárias estreladas por eles, "aparentemente bem-sucedidas, tiveram o poder de influenciar e induzir milhares de pessoas a acreditarem na empresa."

A audiência será realizada no plenário 9, a partir das 14h30.

Assessoria de investimentos
Nesta quarta-feira (16), a CPI ouvirá os fundadores da MSK Operações e Investimentos, Gladson Tadeu Rosa e Carlos Eduardo de Lucas.

A MSK é uma assessora de investimentos focada em ativos de alto risco, como criptomoedas. "Essa assessoria de investimentos oferecia um retorno fixo de cerca de 5% ao mês, mas deixou de devolver o dinheiro", afirma o deputado Luciano Vieira (PL-RJ).

Em 2022, a empresa foi indiciada pela Polícia Civil de São Paulo pela prática de vários crimes, como pirâmide financeira e publicidade falsa.

"Não se sabe exatamente o tamanho da fraude", afirma o deputado. "No indiciamento enviado para o Ministério Público no começo do ano, constam dois valores muito diferentes para estimar quanto dinheiro tinham os proprietários da empresa, indo de US$ 1 milhão a US$ 1 bilhão."

O deputado Júnior Mano (PL-CE) afirma que as evidências apontam para a participação direta de Carlos Eduardo de Lucas e Glaidson Tadeu Rosa na execução e coordenação das atividades ilícitas da empresa.

A audiência será realizada no plenário 13, a partir das 14h30.

A comissão
A comissão foi instalada em junho e tem 120 dias para concluir os trabalhos. Prazo que pode ser prorrogado por mais 60 dias, desde que haja requerimento assinado por 1/3 dos deputados.

A CPI  investiga esquemas de pirâmides financeiras com o uso de criptomoedas. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ao todo, 11 empresas teriam realizado fraudes utilizando moeda digital, como a divulgação de informações falsas e promessa de rentabilidade alta ou garantida para atrair as vítimas e sustentar o esquema de pirâmide.

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