BRASÍLIA - Os problemas bucais podem ter impacto na saúde de maneira geral. No Brasil, a cárie está entre as doenças bucais mais comuns, segundo dados preliminares da última edição do SB Brasil – Pesquisa Nacional de Saúde Bucal. Segundo o relatório, crianças com 5 anos de idade apresentam o maior número de casos.
De acordo com o estudo, a necessidade de tratamento eletivo é a mais frequente para todos os grupos etários: 5 anos (29,8%), 12 anos (35,3%), 15-19 anos (35,0), 35-44 anos (48,4%) e 65 a 74 anos (44,9%). Os idosos foram os que apresentaram maior percentual de necessidade de encaminhamento para avaliação abrangente ou tratamento médico/odontológico (condição sistêmica). Os números ainda podem sofrer alterações ao fim do levantamento.
A dentista Carolina Alexandre explica que a saúde bucal está diretamente relacionada à qualidade de vida, bem-estar e a saúde geral do indivíduo. “Através de exames odontológicos regulares é possível identificar indícios de doenças como diabetes, doenças cardiovasculares e até mesmo câncer bucal, permitindo encaminhamento e tratamento precoce. Ao promover a saúde bucal e prevenir doenças os profissionais dessa área contribuem para a melhora da qualidade de vida e bem-estar da população como um todo”, avalia.
A especialista diz que, quando não cuidamos da boca, estamos expostos a diversos problemas que podem se agravar ao longo do tempo e um dos principais riscos da falta desse atendimento é o desenvolvimento da cárie.
“A cárie dentária é uma doença que causa destruição do esmalte dentário podendo atingir a polpa do dente e causar dores intensas. Além disso, a falta de tratamento pode levar à perda do dente afetado”, revela.
Uma portaria do Ministério da Saúde foi publicada para instituir o Serviço de Especialidades em Saúde Bucal, que amplia o Brasil Sorridente, para expandir o atendimento odontológico para a população de municípios de até 20 mil habitantes em todo Brasil. Localidades como Cerejeiras, em Rondônia, Capixaba, no Acre, Tapuá, no Amazonas, Santa Cruz do Arari, no Pará, Miranorte, no Tocantins, Amarante, no Piauí e Poço Branco, no Rio Grande do Norte, poderão receber atendimento.
O serviço deve alcançar mais de 15 milhões de pessoas em aproximadamente 2.600 cidades com atendimento de até três especialidades. O coordenador da comissão de políticas públicas do Conselho Federal de Odontologia, Guilherme Graziani, observa que muitas dessas regiões precisam de cuidados básicos. Ele ressalta que algumas não conseguiam ter atendimento de forma centralizada. "A odontologia funcionava de modo descentralizado. Havia alguns municípios de referência com cirurgião-dentista na atenção básica, em algumas localidades o município tinha que arcar 100% com o custeio da odontologia, não tinha o aporte financeiro do Ministério da Saúde”
Investimentos
Graziani acrescenta: que, ao longo do tempo, "após a consolidação da Constituição e, na sequência a implantação do SUS, veio criar a estratégia da saúde da família que, no seu primeiro momento, também não incluía a saúde bucal. Só depois foram implantadas as equipes e, na sequência, o Brasil Sorridente — em 2004”.
O Ministério da Saúde pretende investir aproximadamente R$ 122 milhões no programa, em 2023. Os municípios que quiserem solicitar o serviço precisam oferecer atendimentos odontológicos e ter, no mínimo, 75% de cobertura de saúde bucal na Atenção Primária à Saúde. Outra condição é não ter um Centro de Especialidade Odontológica (CEO). O credenciamento pode ser feito pelos próprios gestores locais, segundo o Ministério da Saúde. A estimativa do MS é que mais de 2,6 mil municípios implantem o serviço.
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