Extradição

Lula repudia possibilidade de extradição de Julian Assange

Assange é um hacker, ativista, jornalista e fundador do site WikiLeaks que está preso na Inglaterra e pode ser extraditado para os Estados Unidos.

Ipolítica

Julian Assange está preso na Inglaterra desde 2019
Julian Assange está preso na Inglaterra desde 2019 (DOMINIC LIPINSKI/PA WIRE)

BRASÍLIA - O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repudiou em seu perfil, em rede social, contra a possibilidade de extradição do hacker, ativista, jornalista e fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, para os Estados Unidos da América (EUA).

Assange está preso numa prisão de segurança máxima de Belmarsh, na Inglaterra, desde 2019, depois de ter passado 7 anos como exilado na embaixada do Equador em Londres.

Ele é acusado de ter vazado documentos confidenciais dos Estados Unidos. Alguns destes documentos eram do serviço militar e apontavam possíveis crimes de guerra e espionagem realizadas pelo país norte-americano contra outras nações, a exemplo do Brasil. 

Um dos documentos mostravam, por exemplo, que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) teve o seu telefone grampeado e monitorado pelos EUA. Outros 29 telefones oficiais do governo brasileiro, incluídos aí de alguns ministros, também foram alvo de grampos. 

Para Lula, a prisão e extradição do ativista atinge a liberdade de imprensa. 

“Vejo com preocupação a possibilidade iminente de extradição do jornalista Julian Assange. Assange fez um importante trabalho de denúncia de ações ilegítimas de um Estado contra outro. Sua prisão vai contra a defesa da democracia e da liberdade de imprensa. É importante que todos nos mobilizemos em sua defesa”, escreveu o petista.

Lula já havia defendido Assange em outra ocasião. Durante a campanha eleitoral de 2022 Lula falou em "pressão mundial” pela soltura do ativista.

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“Nós que estamos aqui falando de democracia precisaríamos perguntar: que crime o Assange cometeu?”, disse. Na oportunidade, Lula discursava para apoiadores em Maceió. 

No fim de 2022, depois de eleito, Lula recebeu representantes do WikiLeaks e voltou a defender a libertação do jornalista. Ele disse que a prisão era “injusta”.

No mês de maio deste ano, o petista disse, durante a coroação do rei Charles III, que a prisão de Assange era uma vergonha. “É uma vergonha que um jornalista que denunciou as falcatruas de um Estado contra outro esteja preso, condenado a morrer em uma cadeia”, pontuou.

Estupro

No mês de agosto de 2010, cerca de 30 dias depois da divulgação pelo WikiLeaks de documentos secretos do Exército americano sobre a Guerra do Afeganistão, a Justiça da Suécia expediu dois mandados de prisão contra Assange por estupro e agressão sexual. 

Em novembro de 2010, a Suécia emitiu um mandado de prisão internacional contra Assange. Ele negou as acusações e afirmou que, caso ele fosse preso em território sueco, seria extraditado para os Estados Unidos, sugerindo uma conspiração. 

No mesmo ano ele se entregou à polícia do Reino Unido mas foi libertado 10 dias depois após pagamento de fiança. Não tendo sido bem sucedido na contestação do processo de extradição, ele violou os termos da sua fiança em junho de 2012 e fugiu. 

Asilo político

Foi concedido a ele asilo político na embaixada do Equador em Londres, em agosto de 2012, e lá permaneceu até abril de 2019. Entre 2017 e 2019, Assange deteve cidadania equatoriana.  Em 2019, a Suécia arquivou as acusações por estupro por insuficiência de provas.  

Em 11 de abril de 2019, Assange foi preso pela Polícia Metropolitana de Londres, convidada a entrar no local pelas autoridades equatorianas. A acusação contra o ativista foi por ele não ter se apresentado à corte em junho de 2012 para ser extraditado à Suécia.

No mesmo período, o presidente equatoriano Lenin Moreno disse que o Equador encerrou o asilo de Assange após ele ter repetidamente violado as convenções internacionais sobre interferência doméstica. Assange foi considerado culpado por quebrar sua condições de fiança. 

Agora, a Inglaterra trabalha para extraditar o hacker e ativista para os EUA. 

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