Incômodo

"Parece que o mundo acabou", diz Lula sobre derrotas no Congresso

Lula criticou abordagem da imprensa sobre a relação entre o Governo e o Congresso Nacional e disse que está tudo normal, apesar dos ruídos na política.

Ipolítica, com informações do g1

Lula criticou abordagem da imprensa sobre derrotas do Governo no Congresso
Lula criticou abordagem da imprensa sobre derrotas do Governo no Congresso (Rovena Rosa / Agência Brasil)

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostrou incômodo com a abordagem da imprensa que mostrou seguidas derrotas do Governo no Congresso Nacional. 

Em discurso ele disse que “parece que o mundo acabou”. Na avaliação de Lula, está parecendo tudo normal, mas após revés. 

Lula falou sobre o tema durante evento em São Paulo, organizado pela federação das indústrias do estado, em comemoração ao Dia da Indústria. 

Na quarta (24), o governo sofreu pelo menos duas derrotas significativas no Congresso. A primeira, na comissão mista (formada por deputados e senadores) que analisa a medida provisória que reestruturou a organização de alguns ministérios. Os parlamentares retiraram poder dos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas. 

A segunda derrota foi em votação no plenário da Câmara. Os deputados mudaram uma medida provisória aprovada pelo Senado e voltaram a incluir no texto um dispositivo que afrouxa o combate ao desmatamento na Mata Atlântica. 

“Hoje a impressão que eu tinha [ao ler jornais] era de que o mundo tinha acabado. 'Lula foi derrotado', 'acaba-se ministério disso', 'acaba-se ministério daquilo'. E o que estava acontecendo era a coisa mais normal", afirmou o presidente.

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Lula afirmou ainda que o governo não pode se assustar com a política. "Uma comissão do Congresso querendo mexer numa estrutura de governo que é difícil de mexer. Agora que começou o jogo. O que a gente não pode é se assustar com a política. Quando a sociedade se assusta com a política e começa a culpar a classe política, o resultado é infinitamente pior", argumentou o presidente. 

"É na política que se tem as soluções dos grandes e pequenos problemas do país", completou.

Distribuiu emendas

No início do mês o governo Lula acelerou a liberação de emendas e repassou de uma única vez R$ 700 milhões para deputados e senadores, após derrota no Congresso Nacional

O montante distribuído numa única semana correspondeu a 58% do total de recursos já encaminhados para os parlamentares desde o mês de fevereiro. Os dados foram levantados pelo Globo e apontam que o derrame de recursos beneficiou os principais partidos aliados do presidente petista: o líder do ranking é o PSD, com R$ 143 milhões, seguido por PT, com R$ 136 milhões; MDB, com R$ 91,3 milhões; e União Brasil, com R$ 75 milhões.

Em relação aos congressistas, o deputado Aluisio Mendes (Republicanos/MA), foi quem mais recebeu naquela ocasião, aporte em emendas liberadas por Lula. Ao todo foram R$ 13 milhões em emendas somente para Aluisio, segundo levantamento do Globo.

A avaliação do Governo, contudo, é de que somente o PT entregou a Lula a fidelidade esperada pelo presidente durante a votação do decreto que alterava o marco do saneamento. 

Trechos da proposta do governo foram derrubados pela Câmara, na primeira derrota sofrida pelo Executivo no Congresso desde a posse do petista. Apesar de somarem 142 deputados, PSD, MDB e União contribuíram com somente oito votos favoráveis às mudanças defendidas pelo Governo.

Outra derrota do Governo foi a retirada de pauta do Projeto de Lei 2630/2020, conhecido como PL das Fake News e PL da Censura, que tem por objetivo regulamentar a internet no país. 

Não houve consenso, a base governista não conseguiu reunir o número de votos o suficiente para aprovar a medida, e por esse motivo foi retirado de pauta.

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