Mulher que chicoteou entregador no RJ disse ser prima do governador, mas governo nega parentesco
Sandra Mathias Correia de Sá já tem duas passagens na polícia: uma é por furto de energia elétrica e e outro por injúria e ameaça.
RIO DE JANEIRO - A mulher, identificada como Sandra Mathias Correia de Sá, flagrada agredindo entregadores no meio da rua em São Conrado, no Rio de Janeiro, insinuou que sairia impune por ter parentes poderosos, segundo os trabalhadores que apanharam.
“Ela falava que era irmã de um delegado da Polícia Federal, que era influente e que nada iria acontecer porque era prima do governador Cláudio Castro”, lembrou Max Ângelo dos Santos, que aparece chicoteado por Sandra com a guia do cachorro dela.
O governo do Rio de Janeiro, no entanto, negou ao g1 qualquer parentesco entre Cláudio Castro e Sandra Mathias Correia de Sá.
Desabafo
Ainda com marcas da guia nas costas, o entregador Max Angelo fez um desabafo.
“Parecia que ela estava chicoteando um escravo que não fez o serviço direito. Mas eu não sou escravo, entendeu? O tempo da escravidão já acabou", disse Max Angelo.
“Eu falei para eles [polícia] que ela me chamou de preto da favela e de marginal, que eu não podia estar aqui em São Conrado porque ela paga IPTU e ela tem dinheiro”, relatou o entregador.
A agressão aconteceu nesse Domingo de Páscoa (9) e, segundo Max Angelo, depois disso ele não teve mais condições de trabalhar. "Essa é minha única fonte de renda. Aqui que pago o aluguel, pago a pensão dos meus filhos", disse o rapaz.
“Ainda estou tentando absorver tudo aqui. Teve uma hora que eu desabei e chorei. A minha mulher tentou me acalmar. Se não denunciar, vai continuar acontecendo. Aconteceu com outras pessoas aqui, e eles não levaram à frente. Mas eu vou levar à frente, isso não pode acontecer”, desabafou a vítima.
A mulher era esperada para prestar depoimento na 15ª DP (Gávea). Sandra Mathias Correia de Sá já tem duas passagens na polícia: uma é por furto de energia elétrica na Praia do Leblon, onde ela mantém uma escola de vôlei, e outro por injúria e ameaça.
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