BRASÍLIA - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), declarou neste fim de semana, em entrevista à Globo News, que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não teme a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro em Brasília.
Ele aponta, no entanto, que a oposição do Executivo à abertura de uma investigação parlamentar deve-se ao fato de que isso atrapalharia as investigações sobre o próprio caso, além de tirar o foco da tramitação de outras pautas no Congresso.
”O governo não tem nada a temer. O que nós temos é responsabilidade para entender que uma CPI neste instante pode atrapalhar as investigações, proteger terroristas e atrapalhar a pauta que interessa o País”, afirmou o ministro.
Segundo ele, a prioridade do governo no Congresso deve ser o avanço da reforma tributária e do arcabouço fiscal. Dino classificou as duas pautas como “vitais para retomada dos investimentos, geração de emprego e crescimento”.
O socialista acrescentou que já existem 1,2 mil ações criminais contra os autores dos atos antidemocráticos, e que não seriam necessárias mais apurações. “No que uma CPI nesta altura vai contribuir se as pessoas já estão sendo até mesmo processadas?”, questionou.
O ministro disse ainda que acredita na responsabilização de pessoas que ainda não foram alcançadas pelas investigações. Até aqui, já foram identificados executores, organizadores e financiadores. “Personagens ocultos ainda aparecerão”, afirmou. “São os articuladores políticos disso tudo”.
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